‘Reação ao ataque a uma senadora não pode ser chamado de circo’, diz Omar Aziz 

Omar Aziz criticou a declaração do senador Marcos Rogério, que afirmou que reação dos parlamentares transformou CPI 'em um circo'

No início da sessão desta quarta-feira, 22, os senadores da CPI da Covid-19 fizeram um desagravo à senadora Simone Tebet (MDB-MS), alvo de um ataque machista feito pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, na terça-feira, 21. Confrontado pela emedebista por documentos que apontam para uma suposta omissão do controlador-geral no caso da compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, Rosário chamou Tebet de “descontrolada”. A declaração causou tumulto e resultou no encerramento da oitiva.

Presidente da CPI da Covid-19, o senador Omar Aziz (PSD-AM) fez críticas a Marcos Rogério (DEM-RO), sem citá-lo nominalmente. Na sessão da terça, enquanto os parlamentares cercaram a mesa da presidência da comissão, o senador do DEM ficou sentado em sua cadeira, falando ao microfone, dizendo que os colegas de Casa estavam “descontrolados” e transformando a comissão em “um circo”. Rogério foi prontamente repreendido pela senadora Leila Barros (Cidadania-DF). “Só as mulheres são descontroladas. Vocês dão show todo dia aqui. Menos, Marcos Rogério. Menos”, disse. Na sessão desta quarta, Leila disse que não se arrepende do que fez. “Faria mil vezes”, resumiu.

“Uma imagem vale mais do que mil palavras. Eu estava no meu gabinete e acompanhei toda a oitiva, vi a arrogância [do Wagner Rosário]. Tem o calor do jogo, é verdade, nem todos vão conseguir manter o autocontrole. Ele, em alguns momentos, se alterou com o relator, com outros senadores, mas com a Simone foi diferente. Para as pessoas que dizem que não foi, que nós exageremos nas nossas atitudes, peço para que revejam os seus pensamentos, para ver como são tratadas as mulheres, não só nessa Casa, mas nesse país. Não podemos tolerar isso. Não me arrependo do que fiz ontem. Faria mil vezes. Não aceito mais esse tipo de comportamento com nenhuma mulher. Não é porque tenho 1,80m, porque fui atleta. Não, é porque sou mulher e sofro isso na pele. Não podemos aceitar esse tipo de estratégia baixa”, afirmou Leila, ex-jogadora de vôlei da seleção brasileira.


Fonte: Jovem Pan

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