Na manhã desta sexta-feira, 19, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escolheu a deputada Magda Mofatto (PL-GO) para ser a relatora do parecer sobre a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Ela substitui Carlos Sampaio (PSDB-SP), que chegou a ser anunciado, mas não teve sua indicação formalizada. O tucano, que foi líder do partido na Casa nos dois últimos anos, divulgou uma nota, na qual se diz surpreso com a mudança e afirma que prefere acreditar que a alteração não foi motivada por questões políticas. Os deputados analisam, a partir das 17h, se Silveira, preso após a divulgação de um vídeo com ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), seguirá detido. Como a Jovem Pan mostrou, a tendência é que isto ocorra.
“Obviamente fui surpreendido com essa decisão de mudança do relator, ocorrida no final da noite de ontem, quando já estava fazendo a análise de todos os aspectos processuais e de mérito que envolvem a questão do Deputado Daniel. Registro que minha surpresa decorreu, principalmente, pelo fato da minha indicação ter sido feita durante uma discussão do colégio de líderes, sendo que foi o próprio presidente Arthur Lira quem me ligou, perguntando se eu aceitava a escolha. Prontamente respondi que sim”, diz um trecho da nota. “Em minhas entrevistas, logo após ter sido indicado como relator, deixei claro que o caso seria analisado com a “sensatez e equilíbrio” necessários para uma questão dessa dimensão política e institucional. Não sei se isso preocupou algum partido ou parlamentar. Quero crer que não! Mas o certo é que o presidente da Câmara tem essa prerrogativa e pode, de fato, indicar novo relator. Neste momento de polarização não me cabe criticar a mudança havida, mas trabalhar para que todas as decisões da Câmara favoreçam o fortalecimento da democracia brasileira”, acrescenta o parlamentar.
Ex-promotor do Ministério Público de São Paulo, Carlos Sampaio afirmou, em entrevista à Jovem Pan, na noite desta quinta-feira, 18, que as palavras de ordem para o seu parecer seriam bom senso, sensatez e equilíbrio. “Amanhã, as palavras de ordem para esse parecer são: bom senso, sensatez e equilíbrio. Nós estamos analisando uma conduta extremada por parte de um colega parlamentar e temos a obrigação de agir não de forma extrema, mas de forma racional. Assim será meu parecer enquanto relato”, disse.
Fonte: Jovem Pan