Saiba quais são os quesitos avaliados nos desfiles das escolas de samba

O casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira é um dos pontos que são analisados pelos jurados

As escolas de samba do Grupo Especial dos Carnavais de São Paulo e do Rio de Janeiro desfilarão nas noites de sexta-feira, 22, e sábado, 23. Em São Paulo, 14 agremiações brigam pelo título, enquanto no Rio são 12 escolas que participam da disputa na elite do carnaval. Tradicionalmente, a disputa é decidida por poucos décimos de diferença entre as escolas campeãs e as demais que ficam no topo da tabela. A disputa para evitar o rebaixamento também costuma ser decidida nos detalhes. Confira abaixo como é feito o julgamento dos desfiles e quais pontos podem ser decisivos na disputa pelo título do carnaval.

Quais quesitos são avaliados?

Ao todo, nove quesitos são avaliados por um corpo de jurados escolhidos por seus perfis técnicos. Os quesitos são os mesmos para São Paulo e Rio de Janeiro: Bateria, Harmonia, Samba-Enredo, Fantasia, Alegoria e Adereços, Enredo, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Evolução e Comissão de Frente. Vale ressaltar que, em São Paulo, o quesito Alegoria e Adereços é chamado apenas de Alegoria. Cada jurado deverá atribuir uma nota que varia de 9,0 até 10, sendo que, sempre que a nota divergir de 10, deverá ser feita uma justificativa. Confira o que é avaliado em casa quesito.

  • Bateria

Avalia a sustentação do andamento do samba, que não deve variar significativamente durante o desfile, e a devida afinação e equalização do grupo, com todos os instrumentos devendo estar audíveis durante o desfile. O entrosamento também será julgado, com todos os ritmistas devendo executar bossas e arranjos em conformidade, sem falhas. Por fim, a criatividade e a “ousadia” das agremiações também serão julgadas. No Rio de Janeiro, as baterias devem ter, no mínimo, 200 ritmistas.

  • Samba-Enredo

O samba apresentado pelas agremiações será avaliado pelos jurados e deverá estar adequado ao enredo apresentado. Possíveis inadequações podem ser penalizadas. A construção do samba também será julgada, com os jurados analisando a melodia e a riqueza poética das composições. A divisão melódica também deverá ser observada pelos jurados.

  • Harmonia

No quesito harmonia, os jurados irão avaliar o canto da escola, que, por sua vez, deverá apresentar clareza em todas as frases do samba. Caso alguma frase, palavra ou expressão não esteja clara durante o desfile, o jurado poderá penalizar a escola.

  • Fantasia

Neste quesito, será avaliado o acabamento das fantasias; isto é, se elas apresentam falhas como rasgos ou partes quebradas. A uniformidade também será analisada e, caso uma mesma ala de componentes apresente fantasias com diferenças entre si – seja a falta de um chapéu ou de um adereço de mão, a falha pode ser penalizada. Além disso, todos os itens deverão ser correspondentes ao que foi apresentado à Liga e aos jurados no manual.

  • Alegoria e Adereços (ou Alegoria)

Os jurados irão julgar a concepção e a realização dos carros alegóricos. Eventuais esculturas com mau acabamento e tecidos rasgados poderão levar a penalizações. Assim como as fantasias, as alegorias deverão ser correspondentes ao que foi apresentado à Liga e aos jurados. No Rio de Janeiro, as escolas podem escolher apresentar entre 4 e 6 alegorias, enquanto em São Paulo o número obrigatório de alegorias é 5.

  • Enredo

Os jurados deverão analisar o roteiro apresentado pelo desfile (levando em conta se a proposta das escolas é linear ou não) e a concepção e execução, analisando se a sinopse atinge o objetivo central e se a execução plástica apresentada transmite a leitura correta. Vale mencionar que os jurados não devem considerar se os fatos apresentados pelas escolas são reais, irreais, realistas ou se abrangem todos os pontos sobre determinado assunto, atendo-se apenas ao que consta no enredo.

  • Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Neste quesito, apenas o primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira é avaliado. Os jurados avaliarão o entrosamento do casal, a postura dele durante a apresentação e a integridade das fantasias. Durante o desfile, o pavilhão da escola, carregado pela porta-bandeira, não pode enrolar no mastro e nem em seu corpo, assim como o mestre-sala não pode tocá-lo bruscamente e nem encostar seus joelhos no chão.

  • Evolução

Considerado um dos quesitos mais importantes do carnaval, o “Evolução” avalia a distribuição de componentes da escola e a expressão deles. A coesão da escola será julgada, penalizando possíveis ‘buracos’ entre alas e alegorias. Além disso, casos em que uma ala ‘invade’ o espaço da outra também serão penalizados pelos jurados. A dança em sintonia com a bateria e o canto do samba-enredo também serão analisados.

  • Comissão de Frente

O grupo responsável por abrir o desfile é julgado separadamente. Neste quesito, os jurados irão analisar a concepção da comissão, isto é, sua relação com o enredo e a ideia por trás do que está sendo apresentado. Além disso, na execução também será analisado o acabamento de fantasias e adereços utilizados. Em caso de falhas, penalidades poderão ser aplicadas.

Tempo de desfile e outras punições

Em São Paulo, as escolas do Grupo Especial devem realizar seu desfile no tempo mínimo de 55 minutos e no máximo de 65 minutos (1h05). Caso as agremiações não cumpram esse tempo, será descontado 0,3 da nota inicial pelo descumprimento e 0,1 para cada minuto abaixo ou acima dos limites. As escolas poderão ser punidas se não apresentarem o mínimo de 2 mil componentes, uma ala de baianas com 50 pessoas e uma comissão de frente com menos de 6 integrantes. No Rio de Janeiro, o tempo de desfile é maior, sendo o mínimo de 65 minutos (1h05) e o máximo de 75 minutos (1h15). Cada minuto fora deste intervalo resultará na perda de 0,1. No carnaval carioca, as baterias que apresentarem menos de 200 ritmistas, alas de baianas com menos de 60 integrantes e apresentarem animais ou pessoas nuas no desfile também poderão ser punidas.


Fonte: Jovem Pan

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