O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seria “bom” se a Petrobras reajustasse o preço dos combustíveis na próxima segunda ou terça-feira. A estatal anunciou um aumento de até 25% do valor dos produtos a partir desta sexta-feira, 11. Durante sua live semanal, o mandatário do país comentou os projetos aprovados pelo Senado que criam um fundo de estabilização das tarifas e estabelecem um valor fixo para o ICMS – o Projeto de Lei Complementar (PLP) que trata sobre a mudança na base de cálculo do imposto deve ser apreciado pela Câmara dos Deputados ainda nesta quinta. Com a iniciativa, o Congresso Nacional visa conter a escalada dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. “Como o diesel sobe 90 centavos a partir de amanhã, como seria bom se a Petrobras reajustasse segunda ou terça-feira. Mas eu não posso interferir na Petrobras, né? Mesmo sendo o acionista majoritário. Se pudesse deixar para dar o reajuste nos combustíveis na segunda ou terça-feira, estaria tudo resolvido tranquilamente. Então estamos correndo com isso”, disse. “Se a Câmara aprovar hoje, da minha parte, não interessa que horas, assino qualquer hora da madrugada, publico em Diário Oficial da União. A partir de amanhã, por exemplo, na questão do diesel, em vez de se cobrar mais 90 centavos por livro, que é um absurdo, se cobra mais 30 centavos”, acrescentou.
A avaliação de Bolsonaro coincide com a declaração dada mais cedo, também nesta quinta, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em coletiva de imprensa ao lado do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o chefe da equipe econômica afirmou que o PLP 11 deve atenuar “em dois terços” o impacto do reajuste do diesel sobre o consumidor. A alta do combustível chegou a 24,9%, com o preço do litro subindo de R$ 3,61 para R$ 4,51. Guedes afirmou que o projeto de lei deve fazer com que R$ 0,27 seja descontado dos Estados, um impacto de quase R$ 16 bilhões aos cofres, e que R$ 0,33 saia do governo federal, uma perda de R$ 19 bilhões à União. Com isso, “apenas um terço do impacto do reajuste da Petrobras será transferido para o consumidor”, resumiu Guedes.
Dança das cadeiras na Esplanada
Durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro também reafirmou que oito ministros devem deixar os cargos para disputar as eleições deste ano. O presidente espera que todos sejam substituídos até o dia 31 de março. A maioria dos auxiliares vai concorrer ao Senado. A ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, vai disputar uma vaga pelo Amapá. Já o ministro do Turismo, Gilson Machado, vai ser candidato por Pernambuco. Também vão concorrer Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, pelo Rio Grande do Norte, Tereza Cristina, da Agricultura, pelo Mato Grosso do Sul, e Flávia Arruda, ministra-chefe da Secretaria de Governo, pelo Distrito Federal. Como já foi anunciado por Bolsonaro antes, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, será candidato ao governo de São Paulo, Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência, do Rio Grande do Sul, e João Roma, da Cidadania, ao Palácio de Ondina, sede da administração baiana. O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, deve ser candidato a deputado federal por São Paulo.