O senador Oriovisto Guimarães criticou a aprovação de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral de 2022. Para ele, os parlamentares perderam a noção. “A quantia de dinheiro que aprovaram é um absurdo total. Perderam a noção. Fiz todos os discursos do mundo, quase consegui reverter, mas o governo atuou fortemente e eu perdi. A minha bancada perdeu. Todos os senadores do Podemos votaram contra. O governo fez 40 votos e nós fizemos 33 votos”, disse. Para comparação, tudo o que o Brasil vai gastar com Ciência e Tecnologia em 2021 é menos da metade do que foi aprovado para o fundo. O mesmo vale para o valor destinado ao Ministério da Cidadania. “Esse é um país que vai aplicar mais em eleição do que em Ciência e Tecnologia e em Cidadania.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Oriovisto disse que, em 2018, o valor gasto foi de R$ 2,7 bilhões. “Cerca de 70% disso era dinheiro público, o restante era dos candidatos ou de doação. Agora, aprovaram R$ 5,7 bilhões como se, de 2018 para cá, a inflação tivesse sido mais de 100%. É um absurdo, perderam a noção, é um desrespeito nesta época de pandemia. Tem gente passando fome, desemprego. Aprovar R$ 5,7 bilhões para fazer santinho? Propaganda com dinheiro público? Não sei nem o que dizer.” O senador destacou que existe oportunismo tanto na esquerda, quanto na direita — assim como a corrupção. “Não vote em candidato por ideologia, olhe o histórico ético do candidato. Entendam, de uma vez por todas, que não adianta eleger um presidente, isso não vai resolver. Tem que fazer uma limpa no poder legislativo, nos deputados e senadores.”
Oriovisto Guimarães afirmou não saber de “quem foi a ideia” porque as “coisas são feitas por debaixo dos panos”. Para ele, o mínimo que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer neste momento seria vetar a proposta. O senador confirmou seu apoio a uma possível candidatura do ex-ministro Sergio Moro para as eleições presidenciais de 2022. “O que nos move é simples: como milhões de outros brasileiros, não queremos mais repetir Bolsonaro e nem a volta do Lula. Respeito, acho legítimo quem quer isso. Vivemos em uma democracia, quero que me respeitem também. Não quero nem Lula, Nem Bolsonaro”, afirmou. Até o momento, de acordo com ele, o ex-juiz da Lava Jato ainda não confirmou se pretende se candidatar ao cargo. “O que importa é que o presidente precisa de um novo caminho.”
Fonte: Jovem Pan