Um dos países com o maior número de contaminações diárias pela Covid-19 no começo de 2021, o Reino Unido relatou um grande volume de casos de uma “doença rara” relacionada ao novo coronavírus em crianças da região nas últimas semanas. Segundo o jornal The Guardian, um estudo em desenvolvimento no país europeu mostra que as internações de menores com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) no fim de janeiro chegaram a 100 por semana. No último pico da pandemia no país, esse número era de 40. No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde são de outubro de 2020, mas um levantamento feito pela Jovem Pan diretamente com as secretarias de Saúde dos estados brasileiros mostra que o número atualizado é maior: mais de 660 casos da SIM-P foram contabilizados desde o mês de abril do ano passado. Apesar disso, especialistas garantem que não há motivo para pânico, já que a ocorrência da doença é rara e há um protocolo de tratamento no Brasil.
Quais os sintomas da doença e em quanto tempo eles aparecem?
Quando foi notificada pela primeira vez, em abril de 2020 no Reino Unido, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) foi confundida com outra doença rara por causa dos sintomas que apresentava. “Os sintomas gerais iniciais de febre, diarreia e manifestações cutâneas foram associados à Doença de Kawasaki”, lembra a cardiopediatra do InCor, Estela Azeka. A presença de outras manifestações, no entanto, fez com que os médicos descartassem a possibilidade e investigassem a ligação da SIM-P com a Covid-19. “Toda a fisiopatologia da doença não está totalmente esclarecida. Existe, de fato, uma síndrome inflamatória, como se fosse uma ‘tempestade de liberação de marcadores inflamatórios’, uma ativação imunológica”, explica a médica. Em casos mais graves, pacientes também tiveram alterações no coração, no pulmão e até mesmo quadros de conjuntivite.
Fonte: Jovem Pan