O senador Jorginho Mello (PL) considera que a decisão da ministra Rosa Weber, Supremo Tribunal Federal (STF), que deu ao governador do Amazonas, Wilson Lima, aval para não comparecer à oitiva na CPI da Covid-19, abre “a porteira” para que outros chefes estaduais recorrem à Corte e não compareçam ao colegiado. “Estamos em uma CPI. CPI é para levantar mal feitos, coisas que já aconteceram, dinheiro que foi mal aplicado, condutas não condizentes. Se eu fosse governador, eu teria vindo. É a oportunidade de mostrar, dizer que está certo, o que você fez. [Wilson Lima] perdeu a oportunidade de dizer porque comprou respiradores de uma adega de vinho e não comprou da empresa especializada que participou do certame. Era uma grande chance para explicar à população de Manaus porque ele fez isso, porque não renovou o contrato com a White Martins, que ficou um ano cobrando ele”, pontuou Mello durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 11.
Além de avaliar a decisão de Weber como “um erro”, o parlamentar considera uma incoerência a decisão, já que o próprio Supremo que determinou a instalação do colegiado. “Supremo determinou que a CPI fosse instalada. É uma incoerência tamanha. Determinou que fosse instalada e agora impede que as pessoas participem. Não está correto isso”, pontuou, afirmando que respeita a determinação, mas não concorda. “Deveria deixar vir todos que teve operações da Polícia Federal, tem um critério, não estamos convidando por convidar. Todos aqueles que foram afastados, Polícia Federal, operações. Por que não vir?”, questionou. Jorginho Mello afirmou ainda acredita que o STF não vá dar a mesma permissão a todos os governadores. No entanto, segundo ele, caso a decisão seja replicada, a CPI da Covid-19 deve chamar secretários estaduais, como da saúde e da administração pública, por exemplo, para prestarem os esclarecimentos.
“Tantas pessoas morreram no Brasil por essas barbeiragens [desvios de verbas], isso matou gente também no Brasil. Então é oportunidade de vir explicar, precisa vir explicar. Se for acobertado pelo Supremo, temos que chamar secretários”, afirmou. O parlamentar reafirmou ainda ser contrário à instalação do colegiado, mencionando o momento inadequado para os trabalhos da comissão. Segundo ele, o Senado Federal deveria continuar fazendo as tratativas com as farmacêuticas para negociar a antecipação das entregas de vacinas, não “fazer espuma”. “Temos que cuidar da economia porque vai ser muito difícil a recuperação. Mas estamos perdendo tempo na CPI”, completou.
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