Turismo de vacinação: Veja como brasileiros podem se imunizar contra a Covid-19 nos Estados Unidos

O turismo de vacinação esbarra em questões éticas e de segurança sanitária, mas já é uma realidade no Brasil

Como já era esperado, o turismo de vacinação está se tornando uma tendência. Enquanto a campanha contra a Covid-19 avança a passos lentos em alguns países do mundo, outras nações já imunizaram boa parte da sua população e agora estão com doses de sobra. A decisão de viajar em meio à uma crise sanitária mundial pode não ser a mais segura e envolve alguns dilemas éticos, como a possibilidade de transportar uma variante do coronavírus ou “passar na frente” de alguém com comorbidades que precisaria mais daquelas doses. Porém, é fato que esse tipo de comportamento já é uma realidade e está sendo até incentivado por alguns governos como forma de recuperar uma das indústrias mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. De um lado, os adeptos justificam que estão de certa forma “ajudando” o sistema de saúde de seus países de origem. Do outro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) implora que as doses excedentes da vacina contra Covid-19 sejam doadas ao Covax Facility para que sejam redistribuídas às nações mais pobres. No meio dessa discussão, não há dúvidas de que o turismo de vacinação acentua a desigualdade social, já que é preciso dispor de tempo e dinheiro para ser inoculado no exterior. Para os poucos brasileiros que se encaixam nesses requisitos, o destino dos sonhos é os Estados Unidos.

Por enquanto, a determinação oficial da Casa Branca é que sejam imunizados apenas cidadãos norte-americanos e residentes do país (incluindo os brasileiros que vivem em território americano). No entanto, cabe a cada estado decidir se um documento ou comprovante de residência será exigido nos postos de vacinação. Em cidades altamente turísticas como Nova York, Orlando e Miami, o processo está acontecendo sem grandes burocracias, apesar de não existir nenhuma garantia de que você conseguirá ser vacinado. A principal dificuldade é, portanto, chegar nos Estados Unidos. Uma restrição implementada por Donald Trump e mantida por Joe Biden proíbe a entrada de qualquer viajante que esteve no Brasil nos últimos 14 dias. Por isso, os brasileiros precisam passar duas semanas em outro país fora do bloqueio sanitário, geralmente o México, para ter a entrada liberada mediante visto válido e um resultado negativo para o coronavírus. Uma vez em território norte-americano, também é preciso ficar tempo suficiente para receber as duas doses da vacina com o intervalo correto entre uma e outra. A não ser, é claro, que o imunizante recebido seja o de dose única da Johnson & Johnson.

Ainda assim, passar tanto tempo no exterior representa um custo alto, principalmente com o real tão desvalorizado diante do dólar. Só as passagens aéreas da American Airlines para voos em julho entre Guarulhos – Cidade do México – Miami – Guarulhos não saem por menos de R$ 4.400 (preços consultados em junho e sujeitos a alteração). Com a operadora de turismo BWT, o pacote “Quarentena em Cancún + Orlando” custa a partir de US$ 3.967 por pessoa (cerca de R$ 20.500) com passagens aéreas de ida e volta, 15 noites em um resort all-inclusive no Caribe, 5 noites dentro do complexo de parques de diversões da Universal e seguro de viagem com cobertura para Covid-19. Depois ainda é preciso colocar na conta os gastos com refeições, exames RT-PCR e possíveis passeios.


Fonte: Jovem Pan

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