Nesta sexta-feira, 11, o programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu Karina Kufa, advogada de Jair Bolsonaro. Em entrevista, ela falou sobre seu desentendimento com o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que a questionou sobre o dinheiro colhido nas assinaturas do Aliança Pelo Brasil. “Eu participei à frente da Aliança até o começo da pandemia, depois outras pessoas cuidaram. Ele veio com uma acusação absurda de onde está o dinheiro do Aliança, o que eu fiz com aquilo, porque sou tesoureira da associação. Quando ele falou isso, a questão mais absurda é que nunca passou nenhum dinheiro na minha mão, todas as ações do Aliança foram feitas por eleitores e apoiadores montando barraquinhas e imprimindo fichas”, afirmou. “Quando veio a pandemia, houve uma mudança na resolução do TSE, dificultando mais ainda a criação de partidos. Quando a gente estava na fase de todo mundo ir para cartório, correndo atrás, veio a pandemia e o lockdown e a gente decidiu que ninguém devia fazer coleta de fichas. Muita gente relata que tem fichas guardadas em casa. A gente viu movimentos, cartórios lotados. Falta uma organização melhor e a conscientização das pessoas que têm as fichas guardadas entregar essas fichas.”
A advogada ainda comentou sobre a convocação de Jair Bolsonaro para prestar depoimento ao STF em relação a conteúdo publicado em suas redes sobre as urnas eletrônicas. “Se eu fosse ministra, jamais faria isso com qualquer presidente da República, independente se é um presidente que admiro ou não”, disse. “Vale lembrar que o presidente Michel Temer, quando teve que apresentar um depoimento e aí sim, por fatos realmente graves, na época se tinha informações que necessitavam esclarecimento, e ele prestou o depoimento de forma escrita. Abrir esse precedente de um presidente ser intimado a comparecer na polícia federal, eu não acho saudável.”
Karina questionou também a ausência de investigações sobre o método usado nas urnas eletrônicas e comparou o caso com as acusações de disparo de fake news em favorecimento de Bolsonaro nas eleições de 2018. “Quando a gente fala de provas, vale lembrar as ações de investigação judicial eleitoral que tratavam de disparos de Whatsapp para a campanha do presidente. Ali não teve prova alguma, sequer um print de Whatsapp dizendo ou provando que houve ataque do grupo bolsonarista ou petista. A partir daí, numa ação que durou três anos, se indaga o que de fato é prova para o Judiciário?”, questionou. “Se ali eles se desgastaram durante três anos para analisar se era uma prova ou não uma matéria jornalística, que ao meu ver não teve nenhum fundamento, foi uma história contada por uma jornalista que acabou gerando essa situação, por que ele gastou quase 3 anos investigando essa prova, mas não se gasta o mesmo período numa denúncia de um possível hackeamento do sistema eletrônico?”, questionou.