Aluna admite ter inventado história que levou à decapitação de professor na França

Logo após a morte do professor Samuel Paty, franceses tomaram as ruas do país em protesto contra o terrorismo e a favor da liberdade de expressão

Uma estudante admitiu ter espalhado uma história falsa sobre Samuel Paty antes dele ser assassinato em outubro de 2020. A garota de 13 anos, cujo nome não foi revelado, havia originalmente dito ao seu pai, Brahim Chnina, que o professor ordenou que todos os muçulmanos saíssem da sala enquanto ele mostrava charges do profeta Maomé durante uma aula sobre blasfêmia e liberdade de expressão. Por ter se recusado a fazer isso, ela teria sido suspensa da escola. O relato da filha levou o pai a entrar com uma ação judicial e começar uma campanha nas redes sociais contra Paty. Dias depois, o professor foi decapitado pelo refugiado checheno de 18 anos Abdullakh Anzorov, que os promotores afirmam ter tido um “vínculo casual direto” com o tal incitamento online. No entanto, nesta terça-feira, 9, o jornal francês Le Parisien revelou que a campanha contra o professor de história e geografia se baseava em um relato distorcido do que acontecera dias antes.

Na verdade, a garota vinha faltando muito na escola e, por isso, havia sido suspensa. A punição aconteceu no dia anterior à aula sobre blasfêmia e liberdade de expressão, de forma que a aluna sequer estava presente quando as charges do profeta Maomé foram exibidas. Em seu testemunho, a aluna admite que inventou a história para não desapontar o seu pai sobre a real causa da suspensão. “Eu não vi as charges, foi uma menina da minha sala que as mostrou para mim”, afirmou a estudante. As acusações de que Samuel Paty teria pedido para os alunos muçulmanos se retirarem da sala de aula também é falso. A realidade é que alertou os estudantes sobre o que estava prestes a mostrar e permitiu que aqueles que pudessem se sentir ofendidos fechassem os olhos.


Fonte: Jovem Pan

Comentários