A CPI da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira, 15, o advogado Marconny Albernaz de Faria, apontado pelos senadores como lobista da Precisa Medicamentos. O nome do depoente aparece em uma troca de mensagens que cria a “arquitetura da fraude” a uma licitação para a compra de testes de Covid-19 a fim de beneficiar a empresa de Francisco Maximiano, que intermediou a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. A presença do advogado virou alvo de uma batalha judicial. Ele deveria ter sido ouvido na quinta-feira, 2, mas não compareceu. Um dia antes, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu ao depoente o direito de permanecer em silêncio em perguntas que pudessem incriminá-lo, mas decidiu que sua presença era obrigatória.
Em razão disso, a cúpula da CPI da Covid-19 determinou que a Polícia Legislativa do Senado tentasse localizá-lo e acionou o STF com um pedido de condução coercitiva do lobista. Depois do imbróglio, a defesa de Faria procurou os senadores e sinalizou que ele compareceria ao Senado. Na oitiva de hoje, os parlamentares também devem explorar a relação de Faria com pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro – ele participou de um jantar na casa da advogada Karina Kufa, que defende o chefe do Executivo federal, e, segundo mensagens em posse dos senadores, auxiliou o filho mais novo do mandatário, Jair Renan, a abrir uma de suas empresas. “[O WhatsApp] É um material fartíssimo do quanto é triste a atuação do lobby aqui em Brasília. Vou dizer para vocês: o senhor Marconny, hoje, daria um capítulo à parte. Se tudo o que foi feito na CPI até hoje daria um documentário, o Marconny é elemento para uma triste página das atuações de lobistas em Brasília. Acreditem no que estou falando: tem de tudo no esquema do senhor Marconny, tem de tudo”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, em conversa com jornalistas antes do início da sessão. Acompanhe ao vivo: