Aos 17 anos, a estudante Elisa de Oliveira Flemer viu a euforia da aprovação em 5º lugar no curso de engenharia civil da Universidade de São Paulo (USP) se transformar em apreensão por ter sua entrada no ensino superior barrada após uma decisão da Justiça. A moradora de Sorocaba, que decidiu em 2018 adotar o método de homeschooling, no qual um aluno não frequenta uma instituição de ensino formal e passa a aprender em casa, não tinha documentos que comprovassem a sua formação e, com ajuda do Ministério Público, deu entrada em um pedido de liminar para poder entrar no ensino superior. A juíza Erna Tecla Maria, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), porém, negou o pedido, afirmando que o método de ensino não está previsto na legislação e que a jovem não tem documentos que comprovem sua maturidade para frequentar o ensino superior.
A maturidade da filha ainda aos 15 anos, no entanto, foi um dos motivos pelo qual a mãe de Elisa permitiu que ela fizesse o ensino médio seguindo um método próprio de estudo, já que as aulas da escola não satisfaziam as curiosidades da adolescente. “Ela via o tempo sendo mal aproveitado. As aulas eram muito cansativas, muito repetitivas e vazias e ela conseguia em casa estudar muito mais e aprender muito mais do que na sala de aula. Ela não se adaptava porque era muito entediante para ela”, explica Rita de Cássia de Oliveira. Antes de decidir deixar os ensinos formais, a garota passou por quatro escolas particulares, mas não se sentiu desafiada por nenhuma delas. Em casa, a rotina para conseguir a sonhada aprovação em um curso na área de engenharia da computação no exterior fez com que o trabalho fosse dobrado: em um período ela focava em assuntos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em outro estudava para o Standard Assessment Task (SAT), uma espécie de Enem internacional que permite a entrada de alunos em algumas universidades dos Estados Unidos.
Fonte: Jovem Pan