O aumento dos gastos públicos em um ‘ano com dificuldade de caixa’ será ‘responsabilidade exclusiva” de Rodrigo Maia. A avaliação é do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 22, o deputado federal reconheceu a importância da pauta, embora não seja “o momento para aprovação”. “Essa PEC [391/17] já foi votada no primeiro e no segundo turno no Senado, se Maia colocar [para votação na Câmara] será votada, a responsabilidade é exclusiva dele, se ele quer fazer gasto público em um ano com dificuldade de caixa. O governo não tem como interferir, é uma Emenda Constitucional, não pode ser vetada”, afirmou. Segundo Barros, o governo federal não tem qualquer prerrogativa de tentar inibir a votação e possível aprovação da matéria, já que ela segue o principal lema do presidente Jair Bolsonaro: “Menos Brasília e mais Brasil”.
Ao ser questionado sobre o que estaria motivando Rodrigo Maia a colocar a “pauta bomba” em votação, o líder do governo citou o fato da sessão neta terça-feira ser a última do deputado à frente da Câmara. Para Barros, Maia está “cumprindo eventuais compromissos com partidos que o elegeram ou que estão em seu bloco”. O líder do governo ressaltou importantes pautas aprovadas durante o período do deputado como presidente da Casa, citando a reforma da previdência, marco legal do saneamento, “PL do gás”, cabotagem e o programa Casa Verde e Amarela. “Não posso reclamar do seu período de presidente. O governo aprovou matérias relevantes. Estamos em uma clara relação do parlamento e do poder Executivo. Mas ele [Rodrigo Maia] tem sua autonomia, ele coloca na pauta e o plenário é soberano ao aprovar ou não”, disse Ricardo Barros, ressaltando que a proposta poderia ter sido votada em “qualquer dia desse ano, mas foi escolhido o último dia para criar uma situação de negociada”. “A PEC vem ao encontro a tese do governo de fortalecer os municioos e Estados, votamos agora R 216 bilhões em auxílio para estados brasileiros. Então o governo sabe que os entes da federação precisam estar bem para o governo federal estar bem. mas não é o momento de votar por conta das dificuldades que o orçamento de 2021.”
Fonte: Jovem Pan