Aumento de roubo de caminhões em São Paulo assusta motoristas e empresários

Entre 2020 e o primeiro semestre de 2021, o roubo de caminhões cresceu 5% no Brasil

Entre 2020 e o primeiro semestre de 2021, o roubo de caminhões cresceu 5% no Brasil. Só o estado de São Paulo registrou 2.338 ocorrências de roubo e furto. Quando a carga é o alvo dos criminosos, esse índice é ainda maior, 7%. As mais visadas são fármacos, produtos de higiene, pneus e gasolina. Os dados foram analisados pelo Boletim Econômico Tracker-Fecap, baseado nos registros da Secretaria de Segurança Pública. Esse tipo de crime é feito por quadrilhas especializadas que estudam e conhecem o trajeto que esses caminhões vão percorrer. As cidades de São Paulo, Campinas e Guarulhos lideram as estatísticas. Segundo o diretor do Grupo Tracker, Rodrigo Abbud, esses delitos acontecem nas regiões periféricas dos municípios. “Os roubos dentro da cidade de São Paulo são realizados nas regiões mais periféricas, nunca no centro, porque com isso se consegue fazer a desova rapidamente da carga, quando o foco é roubo de carga, como também se encontram desmanches de carros pesados muitos próximos da região fronteiriça do município”, afirma.

O aumento nos roubos de cargas e caminhões está ligado ao impacto econômico causado pela pandemia da Covid-19 e também pelo aumento do fluxo de veículos após meses de medidas restritivas. O fechamento das montadoras, inclusive, é um dos pontos que sustenta esse crescimento. Isso porque as quadrilhas desmontam os veículos e vendem as peças no mercado paralelo. Além disso, os bandidos também têm atuado na clonagem e no comércio internacional das peças. Diante do cenário de crise, Rodrigo Abbud acredita que esse número de roubos deve subir ainda mais. “Esses números tendem a continuar crescendo, principalmente porque agora há a questão da desigualdade social. Qualquer crise, historicamente, naturalmente gera uma perda de capacidade de remuneração da população e isso gera um interesse em atrativos obscuros por parte de pessoas que, em tese, estão passando necessidade e buscam formas alternativas de ganhos”, opina o diretor. Rodrigo Abbud avalia ainda que é preciso um esforço maior por parte do poder público para conseguir fiscalizar e coibir esse tipo de crime.


Fonte: Jovem Pan

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