O presidente executivo do Twitter, Jack Dorsey, utilizou a sua própria conta na rede social nesta quarta-feira, 13, para discorrer sobre a decisão de banir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da plataforma. Ele afirmou que, apesar de acreditar que a medida foi a melhor solução para o problema, ela também abre um precedente perigoso em relação ao poder que uma entidade tem sobre debates que são de interesse público e global. Trump foi suspenso permanentemente da rede social sob a acusação de incitação à violência após a invasão ao Capitólio no último dia 6, evento que causou a morte de cinco pessoas. Antes disso, o Twitter já vinha marcando várias de suas publicações com alegações de fraude eleitoral como sendo suspeitas.
“Eu não comemoro ou sinto orgulho de termos tido que banir @realDonaldTrump do Twitter ou de como chegamos a isso. Após um claro aviso de que tomaríamos essa atitude, nós tomamos uma decisão com as melhores informações que tínhamos com base nas ameaças à segurança física dentro e fora do Twitter. Isso foi correto? Eu acredito que essa foi a decisão certa para o Twitter. Enfrentamos uma circunstância extraordinária e insustentável, que nos obrigou a focar todas as nossas ações na segurança pública. Os danos off-line resultantes da fala on-line são comprovadamente reais e o que impulsiona nossa política e aplicação acima de tudo”, escreveu Dorsey.
No entanto, o CEO do Twitter também fez uma espécie de mea-culpa ao dizer que a atitude representava uma falha da rede social em promover uma “conversa saudável” e também abria um precedente “perigoso”. “Ter que banir uma conta tem ramificações reais e significativas. Embora haja exceções claras e óbvias, acho que uma proibição é uma falha nossa em promover uma conversa saudável. (…) Ter que realizar essas ações fragmenta a conversa pública. Eles nos dividem. Eles limitam o potencial de esclarecimento, redenção e aprendizado. E abre um precedente perigoso: o poder que um indivíduo ou empresa tem sobre uma parte das conversas globais públicas”, explicou.
Fonte: Jovem Pan