O presidente Jair Bolsonaro (PL) mobilizou o Ministério das Comunicações para agendar uma reunião com representantes do WhatsApp no Brasil após a plataforma firmar acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para adiar o lançamento de novas funcionalidades. A tarefa foi delegada diretamente ao ministro Fábio Faria. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o encontro deve ser marcado para a próxima semana. Nesta sexta-feira, 17, Bolsonaro afirmou que o atraso de atualizações no aplicativo para depois das eleições é “inadmissível e inaceitável”. “Não dá para abrir uma excepcionalidade só para o Brasil. Não vai ser cumprido esse acordo que, porventura, eles realmente tenham feito”, disse Bolsonaro.
Na quinta-feira, 14, o WhatsApp anunciou o Comunidades, uma ferramenta que permite que os usuários reúnam grupos relacionados a um mesmo tema em um só canal. Segundo a companhia, os administradores terão o poder de enviar avisos a todos os participantes e ainda controlar quais grupos serão incluídos. Essa nova ferramenta, no entanto, só será lançada no Brasil após o término do período eleitoral. O prazo foi acordado em reunião entre o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e o CEO do WhatsApp, Will Cathcar.
Nas eleições de 2018, o aplicativo foi usado para o disparo em massa de mensagens a favor ou contra determinados candidatos à Presidência da República, além de ser usado como meio de disseminação de fake news. O número máximo de participantes por Comunidade ainda não foi definido pela empresa. “Estamos no início do desenvolvimento do Comunidades e vamos testar o recurso em uma abordagem de teste, interação e aprendizado antes de passar à etapa de lançamento global da funcionalidade. Informaremos assim que tivermos mais definições sobre, por exemplo, o limite específico de tamanho de uma Comunidade”, explicou a assessoria do WhatsApp quando questionada pela reportagem da Jovem Pan.