Brasil pode emendar segunda e terceira onda da Covid-19, alerta Claudio Lottenberg

Hospitais da rede privada de saúde apontam para o aumento na ocupação das unidades de terapia intensiva

Os hospitais da rede privada de saúde apontam para o aumento na ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs). A situação preocupa e pode indicar o início de uma terceira onda da Covid-19. O presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, alerta, no entanto, que o Brasil pode nem mesmo ter saída da onda anterior da pandemia. “Estamos falando de terceira onda sem ter a segurança que saímos da segunda onda. As atividades cotidianas retomaram, as atividades comerciais. Parece que as pessoas perderam por completo todo e qualquer controle e percepção dos riscos que o comportamento sem uso de máscara e álcool gel podem trazer. Com a vacinação atrasada, diria que não temos muitos dias [para controlar a nova onda]. Estamos, de fato, vendo um incremento de casos. Não sabemos se vamos ter um intervalo de casos entre a segunda e terceira onda, é uma coisa que está emendando”, pontuou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado, 29. Claudio Lottenberg alertou ainda para os riscos que a superlotação das UTIs traz para os pacientes. 

“Quando uma organização de saúde passa a necessitar de recursos para atendimentos de medicina crítica, ela tem uma tendência de saturar. Ou seja, não é simplesmente a gente dispor de recursos físicos, é material humano, são times que trabalham conjuntamente. A gente sabe que uma organização trabalha bem até o limite de 85%. Ou seja, estamos chegando ao que podemos chamar de nível crítico de ocupação. Portanto, com efeitos danosos em relação às práticas no que diz respeito à qualidade e segurança dos paciente”, relatou, pontuando que para reverter o quadro da pandemia e da ocupação das UTIs é preciso focar em ações que diminuam a procura pelos serviços de saúde. “Tem que insistir para seguir com o uso de máscara, evitar aglomeração. Sair, ir trabalhar no que for imprescindível e torcer para a vacinação prosperar.”


Fonte: Jovem Pan

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