Em meio à necessidade de avançar no debate de matérias importantes e que, muitas vezes, demandam a presença dos parlamentares, a Câmara dos Deputados vive um dilema sobre como continuar funcionando e ao mesmo tempo garantir a segurança de quem circula nas dependências da Casa. Levantamento obtido pelo Sindicados do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União aponta que pelo menos 21 secretários parlamentares morreram de Covid-19 desde o início da pandemia até 1 de março deste ano. Segundo os dados, obtidos via Lei de Acesso à Informação, 19 servidores aposentados da Casa também faleceram em decorrência de complicações geradas pelo coronavírus. Ao todo, entre março de 2020 e 22 de fevereiro deste ano, 482 funcionários foram diagnosticados com a doença.
O que impressiona, no entanto, é como a situação piorou desde o início do ano. Desde a eleição de Arthur Lira para a presidência da Casa, em fevereiro, muitos dos cuidados que vinham sendo adotados no Legislativo foram interrompidos. As comissões, paradas há quase um ano, voltaram a funcionar e foram permitidas sessões semipresenciais em plenário, assim como a entrada de visitantes, que estava proibida. Com isso, o número de casos explodiu. Segundo assessoria de imprensa da Câmara, foram registrados, entre funcionários e parlamentares, 105 casos da Covid-19 somente em fevereiro. Em janeiro, com a Casa fechada, foram 58 registros. Agora, porém, o retorno gradativo dos funcionários acabou sendo suspenso e a entrada de visitantes novamente vetada, não em razão do número de casos, mas pelas restrições de circulação impostas pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A Câmara afirma que os números de casos da doença incluem testados apresentados ao Departamento Médico, consultas em teleatendimento e autodeclarações e, por isso, argumenta que não é possível afirmar se as contaminações dentro ou fora das dependências da Casa.
Fonte: Jovem Pan