Cobrança social por padrões estéticos pode gerar distúrbios psicológicos e alimentares

Pressão por padrões estéticos pode estar causando aumento dos níveis de ansiedade, sintomas depressivos e até transtornos alimentares

Mario Torres tem 11 anos e foi diagnosticado com obesidade e diabetes tipo 2. Desde então, tem sido acompanhado por uma equipe multidisciplinar de saúde, com psicólogo e psiquiatra, para tratar uma forte ansiedade que, segundo a mãe, Natália Torres, faz o menino comer em excesso, problema que se agravou ainda mais na pandemia. “Descobrimos que essa ansiedade foi gerada por uma questão de baixa autoestima. O Mario tem PAC, ele não faz o processamento auditivo do lado esquerdo, o que comprometeu a questão dele se colocar em relação à escola, de se expor, por causa da tentativa dele de entender o que acontece. Como válvula de escape, começaram os excessos alimentares”, relata.

Ainda segundo Natália Torres, o filho tem sofrido preconceito até mesmo no ambiente familiar. “‘Mario gordinho’, ‘O homem pedra’, dizem. Eu falo: ‘Pessoal, não fala assim. Chama só de Mario. Ele não gosta, não se sente confortável’. O Mario não é um menino que fala o que incomoda, então ele guarda para ele. E isso vira um ciclo vicioso, porque ele não fala, não se sente bem e, ao mesmo tempo, as pessoas continuam”, afirmou a mãe. Frases como “Você vai virar uma bola comendo desse jeito”, “Vá arrumar esse cabelo feio, tá todo bagunçado” e “Por que você não se arruma como sua prima?” já foram ouvidas por quase todo mundo. A gordofobia e a pressão estética estão presentes no cotidiano e afetam as pessoas desde a primeira infância.


Fonte: Jovem Pan

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