Com baixa procura por vacina contra o HPV entre meninos, governo alerta para cuidados com a saúde masculina

HPV é um vírus associado à incidência de diversos tumores em homens e mulheres, como o câncer de colo de útero

Quase 7 milhões de meninas de 16 a 19 anos tiveram alguma consulta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado. Neste mesmo período, pouco mais de 2 milhões de meninos da mesma faixa etária visitaram o médico. Quando entram na puberdade, é muito comum que as mulheres tenham encontros anuais com o ginecologista, mas os homens acabam deixando as consultas rotineiras com o urologista para décadas depois – quando começam os exames de próstata. O urologista Daniel Zylbersztejn reforça a importância de tornar a ida ao médico um hábito para monitorar a saúde sexual, mental e física dos jovens. “O médico, obviamente precisa ter essa sensibilidade, esse conhecimento, esse tato para gerar esse acolhimento, essa empatia, que é tão importante em uma consulta médica e tirar todas as dúvidas que o adolescente possa ter. Cerca de 35% dos adolescentes raramente usam preservativo e uma taxa muito semelhante de adolescentes do sexo masculino não sabem usam um preservativo”, diz o médico.

Nesse cenário, a Sociedade Brasileira de Urologia lançou a campanha #VemProUro para conscientizar a população sobre as ISTs e, principalmente, o HPV – vírus associado à incidência de diversos tumores em homens e mulheres, como o câncer de colo de útero. O coordenador da iniciativa Daniel Zylbersztejn lembra que o SUS oferece a vacina contra o vírus, mas lamenta que menos de 40% dos meninos voltaram para a segunda dose. “Nós estamos longe do ideal. A gente 80%, 90%, 100% dos nossos adolescentes, tanto do sexo masculino quando do sexo feminino, vacinados para que a gente deixe o câncer de colo interino como uma doença do passado. A gente, por exemplo, tem o câncer de pênis nos meninos como realmente uma lembrança de tempos longínquos. Isso não é verdade. O câncer de pênis também tem uma associação com infecção por HPV”, explica o médico. Além do HPV, o especialista chama atenção para outras ISTs, como gonorreia, clamídia e HIV. No caso do HIV, há um risco muito grande de infecção na faixa etária de 15 a 18 anos, exatamente pela falta da camisinha.

*Com informações da repórter Nanny Cox


Fonte: Jovem Pan

Comentários