Mesmo fazendo atividade física e tendo uma alimentação saudável, o Pedro convive com colesterol alto desde os 6 anos. Hoje, com 18, os índices normalizaram, mas ainda é necessário atenção constante. A mãe dele, Camila Souza, é nutricionista e alerta que o problema é silencioso. “É uma doença totalmente silenciosa, daí quando vê já teve infarto, já teve um AVC e cada vez mais cedo as pessoas estão tendo essas doenças relacionadas ao coração. Meu filho sempre foi magro, sempre foi bem magro e teve o colesterol alto”, relata. Com a pandemia, muitas pessoas deixaram de fazer exames de rotina e procurar os consultórios. O resultado disso foi um aumento de quase 7% no número de óbitos por doenças cardiovasculares nos primeiros seis meses de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil.
A médica cardiologista, Maria Cristina Izar, reforça que o colesterol é um dos principais fatores de risco para problemas do coração. A especialista esclarece que o colesterol é essencial para as funções vitais do organismo, mas em excesso, pode ser muito perigoso. “Em excesso, se não for adequadamente removido para o fígado, ele se acumula nas pares dos vasos. Então deposita gordura e vai se formando placas que, ao longo prazo, pode causar infarto, AVC, a doença vascular periférica, que pode causar dores nos membros inferiores ou mesmo amputações”, explica Maria Cristina, ressaltando que o colesterol deve ser monitorado desde a infância. “Comentei que nas crianças a partir dos 10 anos, mas pode ser mais precoce a investigação do perfil lipídico, a partir dos 2 anos. Se algum dos pais apresentar doença cardiovascular ou fatores de risco, ou a própria criança apresentar um fator de risco ou tiver sinais físicos de que tem gorduras aumentadas no sangue”, afirma.
A médica cardiologista orienta ainda que mudanças nos hábitos são essenciais para prevenir doenças cardiovasculares. “É fundamental dieta, exercícios físicos, prevenir todos os fatores de risco, controlar o peso, não fumar, ter sono adequado, evitar a poluição”, pontua. As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial. São mais de 18 milhões de óbitos no mundo decorrentes dessas doenças prevalentes. No Brasil, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades.
Fonte: Jovem Pan