CPI da Covid-19 analisa irregularidades em compra de vacinas e denúncia de propina

'Follow the money': Irregularidades na compra de vacinas é a principal linha de investigação da comissão

A décima semana de trabalhos da CPI da Covid-19 vai focar nas suspeitas de irregularidades na compra de vacinas. Desde o depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Ministério da Saúde, o processo de aquisição da Covaxin, imunizante indiano produzido pela Bharat Biotech, passou a ser uma das principais linhas de investigação da comissão. Os senadores também querem esclarecer se houve o pedido de US$ 1 de propina para a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca, em um processo intermediado pela Davati Medical Supply. Além disso, o colegiado deve votar as quebras de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), de Luis Miranda e do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti.

Segundo o calendário divulgado neste domingo, 4, na terça-feira, 6, será ouvida Regina Célia Silva Oliveira, servidora do Ministério da Saúde citada por Luis Ricardo como responsável por autorizar e fiscalizar a importação da Covaxin mesmo diante das divergências em relação ao contrato inicial. Na quarta-feira, 7, deve ocorrer a oitiva de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de logística da pasta. Indicado por parlamentares do Centrão, ele foi acusado por Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da Davati e denunciou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, um pedido de propina que teria sido feito por Dias em um jantar em um shopping de Brasília (DF). Por fim, a comissão vai ouvir Francielli Fantinato, ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI), que pediu exoneração no dia 30 de junho. Ao deixar o cargo, ela negou pressão do governo, mas fez duras críticas aos atrasos do cronograma de entrega de vacinas e às declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a vacinação da população. Inicialmente, estava marcado o depoimento de Carolina Palhares, diretora de Integridade do Ministério da Saúde.


Fonte: Jovem Pan

Comentários