O resultado da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 17, animou o jornalista José Luiz Datena (União Brasil). Há uma razão para o otimismo: de acordo com o levantamento, o apresentador da TV Bandeirantes lidera a disputa pelo Senado por São Paulo nos dois cenários simulados. No primeiro, Datena tem 39% das intenções de voto, contra 15% do ex-governador Márcio França (PSB), 13% do ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (MDB), 6% da deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB), 2% do deputado estadual Ricardo Mellão (Novo) e 1% de Heni Ozi Cukier (sem partido). No quadro menos pulverizado, o jornalista tem 42%, seguido por França (21%), Janaina (8%) e Mellão (3%).
À Jovem Pan, Datena comentou o seu desempenho na pesquisa, fez uma análise sobre a situação econômica do país e pregou independência para defender e criticar o que julgar pertinente. “É sempre bom sair na frente em pesquisa, é ótimo. Quero deixar bem claro que meu projeto é para São Paulo. Por enquanto, estou com Rodrigo Garcia [vice-governador de São Paulo e candidato do PSDB ao governo paulista]. Mas não vou deixar de criticar aliados porque sou jornalista. Já disse e repito: se criticarem minha aposição de criticar quem está no poder, eu deixo imediatamente a aliança. Meu partido já me apoiou quanto a isso, não apoio ninguém e saio de forma independente. Não posso deixar de ser jornalista porque estarei político. Minha aliança é com povo”, disse à reportagem.
Apesar do favoritismo apontado pela Quaest, Datena prega cautela. “Pesquisa não define resultado”, resume. “Eu acredito nas pesquisas, elas nos dão um norte, você pode corrigir uma série de detalhes na qualitativa e não quantitativa, pode acertar o rumo naquilo em que é mal avaliado. Mas se não tiver campanha, se não mostrar o seu trabalho, não adianta. É bobagem dizer ‘o Datena não precisa disso, ele é conhecido pela TV'”, segue.
O jornalista e apresentador reforça que não abrirá mão de sua postura crítica e faz elogios ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo e adversário político de Rodrigo Garcia (PSDB). “Acho os candidatos todos muito bons. Tive uma conversa com o Tarcísio e gostei demais dele, achei uma pessoa maravilhosa. Estarei com o Rodrigo Garcia, mas não me considero inimigo do Tarcísio. Gostei dele demais. Nada me impede de estar em outro lado se algum dos lados quiser tolher minha perspectiva de análise crítica”, pondera. “Em último caso, se todos eles me encherem o saco, dou uma bica nisso tudo e fico onde estou. Dessa vez eu vou [concorrer], mas não me torrem a paciência. Eu critico Bolsonaro e o presidente me convida para ser candidato com ele. Sou crítico do governo Doria e ele me chama para ser candidato com o Garcia. Ciro é meu amigo, me convidaria normalmente [Datena foi convidado para ser vice na chapa presidencial do pedetista]. Eu critico e me chamam para estar com eles. Por que vou mudar meu caráter, que é a única coisa que levamos dessa vida, para virar político?”, questiona.
Datena permanecerá à frente de seu programa na TV Bandeirantes até o prazo exigido pela lei, 30 de junho, mas diz que, a partir de agora, falará cada vez menos de política em respeito aos demais postulantes ao Senado. “Pretendo comentar menos política, quase nada de política. Não é justo ter rádio e TV na mão e fazer comentários por horas. Isso não é justo com os outros. Vou continuar com as notícias policiais, falando da gasolina, da falta de moradia e de todas essas coisas que estão arrebentando com o povo”, afirmou à Jovem Pan.
Questionado sobre os temas que devem dominar o debate eleitoral, Datena é taxativo: “Não tem tema, só existe uma missão: o Paulo Guedes [ministro da Economia] fica falando de social democracia, diz que é adepto de Keynes. o único tema nessa absoluta crise que vivemos, com essa guerra imbecil, com o mundo de ponta-cabeça, é salvar o povo. É o capital salvando o povo”. “É empresário dando emprego, governo fazendo obra para gerar emprego, para o povo ter dignidade e sustentar família. Ninguém quer esmola, mas hoje precisa. O único plano é salvar o povo. Como faz isso? Obra para empregar, auxílio emergencial, que deveria ser, no mínimo, de 600 reais. Minha proposta é ajudar o Brasil inteiro, mas isso não depende de você, depende do cara te escolher. Quem faz muita promessa não cumpre nada”, finaliza.