O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) critica a destinação de R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para o reajuste salarial de policiais rodoviários federais. Na visão do parlamentar, a proposta do governo federal deveria ser no sentido contrário. “O certo era discutir redução de salários e redução de carga horária, o que o Supremo Tribunal Federal proibiu de fazer. Tivemos um contenção do desemprego, apesar dele ter crescido, mas poderia ser maior, em virtude da Medida Provisória que permitiu a redução de salários com a jornada de trabalho [na pandemia]. Isso no setor público parece completamente impossível, inconcebível. No setor público, os funcionários tiveram estabilidade e querem agora aumentos durante esse período de pandemia”, pontuou, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. A fala do deputado acontece após 320 auditores fiscais da Receita Federal entregaram seus cargos, em protesto pelo corte de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na verba do órgão, que seria para custear o reajuste salarial de policiais federais.
Para Van Hattem, o movimento dos auditores, que já começa a se formar em outras categorias, é apenas para causar uma pressão política, o que trará prejuízos aos brasileiros. “Eles estão se demitindo do serviço público para procurar uma alternativa melhor na iniciativa privada? Não, não estão fazendo isso. Estão fazendo pressão política para tentar fazer operações tartarugas prejudicando o cidadão brasileiro, que é usuário dos serviços. Para os liberais seria bom, porque somos a favor da redução do tamanho do Estado, mas não é o caso. O que vai acontecer é prejuízo ao cidadão”, afirmou o parlamentar, que criticou a escolha dos policiais federais rodoviários para o aumento. “Temos uma série de funcionários, principalmente no nível municipal, que recebem pouco, até abaixo do que se paga na iniciativa privada. A gente não pode generalizar, quero deixar claro depois do meu voto que repercutiu muito. Fui o único que falou sobre o aumento aos policiais na Comissão Mista de Orçamento. Todos os demais se calaram ou aplaudiram. Estou na defesa daquilo que quem votou em mim defende. Não tenho medo de política que está fazendo pressão”, completou.
Fonte: Jovem Pan