Durante janela partidária, PSB deve perder ao menos um terço da bancada na Câmara

Nas eleições de 2018, o PSB elegeu 32 deputados federais

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) deve perder ao menos 10 de seus 32 deputados federais durante o período de janela partidária, que termina em 1º de abril. Em conversa com a Jovem Pan, o líder da legenda na Câmara dos Deputados, Bira do Pindaré (MA), já havia revelado que a sigla PSB esperava perder alguns quadros caso a federação com o PT não se concretizasse. “Não dá para precisar quem nem quantos [sairão], porque as movimentações ainda estão acontecendo. O balanço será feito até o final desse mês”, informou o parlamentar. Para a bancada do PSB na Casa, a união com os petistas era uma questão de “sobrevivência”. É por isso que o deputado Júlio Delgado (MG), tido como uma das principais lideranças nacionais da legenda, deve buscar outra sigla de esquerda. À reportagem, o mineiro disse estar conversando com partidos do “nosso campo”.

A debandada estava no radar dos dirigentes socialistas antes mesmo da federação com o PT “ir para o buraco”. O deputado federal Marcelo Nilo (BA), por exemplo, já havia anunciado a sua desfiliação do PSB. Segundo ele, os rumos políticos que o partido tem tomado tornaram a sua presença “insustentável”. “Após muitos diálogos com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e a presidente do PSB Bahia, a deputada federal Lídice da Mata, comunico a minha saída do partido”, anunciou o parlamentar em suas redes sociais. “Sempre fui fiel nas votações das principais pautas legislativas no Congresso Nacional aos meus ex-correligionários, seguindo a orientação do partido. Nesses 3 anos na agremiação socialista, mantenho ainda grandes laços de amizade com muitos colegas, dentro e fora do legislativo. Mas o rumo que o quadro político está tomando tornou insustentável a minha permanência no PSB”, acrescentou Nilo. Nos últimos dias, o deputado tem se encontrado com o ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil).

Apesar da denominação – Partido Socialista Brasileiro –, a sigla foi criticada por se alinhar ao Palácio do Planalto em algumas votações do Congresso Nacional. Em agosto do ano passado, quando a Câmara dos Deputados enterrou a proposta do voto impresso, uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, 11 dos 32 integrantes da bancada do PSB votaram a favor da matéria. Este foi o mesmo número de votos favoráveis dados ao texto pelo Partido Liberal (PL), ao qual o mandatário do país se filiou em novembro do ano passado. Parlamentares pessebistas ligados à ala “à direita” também deixarão a legenda: Liziane Bayer (RS) afirmou que é “certo que sai” do PSB. “Não definimos para onde vamos”, informou à Jovem Pan; Jefferson Campos (SP) também “abandonará o barco”. “Vou sair para uma legenda de direita”, disse à reportagem. Além de Liziane e Campos, Aliel Machado (PR), Emidinho Madeira (MG), Rosana Valle (PSB) e Felipe Carreras (PE) estão na lista de deputados que devem anunciar a saída em breve.

A debandada, no entanto, deve ser compensada com a entrada do ex-governador Geraldo Alckmin. De acordo com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a filiação do ex-tucano está acertada – Alckmin, por sua vez, diz que ainda não bateu o martelo. Apesar do aparente mistério, dirigentes socialistas esperam que cerca de 10 aliados acompanhem o ex-gestor e disputem a eleição para deputado federal. Entre os nomes especulados estão Antonio Carlos Pannunzio, Pedro Tobias, Silvio Torres e Floriano Pesaro.


Fonte: Jovem Pan

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