Neste 1º de maio, Dia do Trabalho, aumentam os debates sobre as mudanças e flexibilizações trabalhistas e as transformações aceleradas pela pandemia de Covid-19. Muitas flexibilizações na CLT foram possíveis durante a crise sanitária, como a redução de jornada e salários. O presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, considera válida a Medida Provisória para a manutenção de empregos. Segundo ele, o movimento sindical entende a dificuldade de muitos empresários, só que a alternativa é para ser usada só havendo necessidade. “Do ponto de vista do trabalhador diminuir trabalhador, diminuir salários, perder salário é muito ruim. Mas, ao mesmo tempo, preservar emprego é menos mal. Então nós somos por uma medida que seja usada com equilíbrio”, opinou.
Para o presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB, José Francisco Siqueira, a atenção do governo federal deve ser igual para empregado e empregador. De acordo com ele, olhar como o mundo vem caminhando em algumas questões ajuda, a exemplo do presidente Joe Biden, que lançou um plano de emprego e reforçou a importância dos sindicatos. “Você vê agora os pacotes que o presidente dos Estados Unido implanta. Exatamente o oposto do que estamos fazendo né? A declaração do presidente dos Joe Biden ao obter a aprovação das medidas que ele propôs ao Congresso Nacional, ele citou uma frase emblemática. Os Estados Unidos foi criado pelos trabalhadores e trabalhadoras.”
A respeito do assunto, o professor de gestão empresarial da Universidade de São Paulo (USP), Alexandre Slivinik, observa que as leis precisam ser revistas e adequadas à realidade, mas isso não deve ser fonte de precarização para o trabalhador. “É uma necessidade urgente modernizar, porque hoje em dia muitas empresas e seus colaboradores já vivem uma relação paralela. O colaborador precisa jogar junto com a empresa, então é preciso que o colaborador entenda que precisa ter benefícios e vai continuar tendo benefícios, mas se a empresa não tiver benefícios, ela não consegue segurar e ele vai ficar desempregado.”
Fonte: Jovem Pan