Estudo sobre baixa eficácia da CoronaVac em idosos deve ser analisado com cautela, diz especialista

Estudos realizados no Uruguai, Chile e em Serrana mostram alta eficácia da CoronaVac na prevenção de casos graves da Covid-19

Após um estudo preliminar realizado por pesquisadores brasileiros reunidos no grupo “Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19″ (Vebra Covid-19) apontar que a efetividade média da CoronaVac foi de 42% em idosos com mais de 70 anos, a taxa de eficácia da vacina contra a Covid-19 nesta faixa etária virou um assunto recorrente nas redes sociais. Casos como a morte do sambista Nelson Sargento, de 96 anos, que morreu por complicações da Covid-19, mesmo após ter recebido as duas doses da vacina, e do ex-presidente José Sarney que, segundo o colunista Ricardo Noblat, do Metrópoles, não produziu anticorpos depois da segunda dose, acaloraram a discussão. Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, assegurou que os estudos realizados provam o contrário. “Com relação a esses comentários que têm surgido dizendo que a vacina tem uma eficiência menor em pessoas idosas, eu digo a vocês que todos os estudos que o Butantan tem feito, e são muitos, aqui no Brasil, na cidade de São Paulo, no município Serrana, no estado do Ceará e também no Chile, mostram que essa vacina tem uma alta eficiência, ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos. Em todas as faixas etárias acima dos 18 anos, inclusive nos idosos”, afirmou Dimas Covas.

Segundo explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, à Jovem Pan, ainda não dá para tirar conclusões sobre o estudo da Vebra Covid-19, já que ele não revela as taxas de eficácias da CoronaVac considerando cada forma da doença (leve, moderada e grave), e não mostra números sobre a redução de internações e mortalidade na faixa etária. “É lembrar que esses são dados para a eficácia geral, não é para uma forma moderada, que nos estudos da CoronaVac foi de 78%, e nem para formas graves, que não teve nenhum caso dentro da pesquisa do Butantan. Nós temos que aguardar para comparar os números obtidos pelo Instituto Butantan com os dados de hospitalizações e mortes que esse estudo ainda não revelou”, apontou o médico. “Esse estudo, até agora, pouco adiciona ao nosso conhecimento em relação ao que a gente já sabia da CoronaVac: 50,38% para qualquer forma da doença e, com o aumento da idade, essa taxa diminui um pouco. Não é uma surpresa, todo mundo da comunidade científica já imaginava que aconteceria”, disse Kfouri. Ele aponta, ainda, que é esperado que o efeito dos imunizantes seja menor conforme a idade aumenta.


Fonte: Jovem Pan

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