O governo de São Paulo afirmou nesta quarta-feira, 23, que a fase 3 dos testes da CoronaVac, imunizante contra o novo coronavírus produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, atingiu o nível de eficácia exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação emergencial. Os resultados, no entanto, não foram apresentados. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a farmacêutica chinesa pediu que o parceiro brasileiro encaminhasse os dados para que eles sejam computados e apresentados de forma conjunta com testes realizados em outros países. As informações já foram compartilhadas na manhã desta quarta, e a expectativa é que a Sinovac dê o sinal verde para a divulgação em 15 dias. “Vamos, em princípio, respeitar essa data, mas acreditamos piamente que será adiantada. Não tenho dúvidas que nesse momento estamos falando de uma vacina mundial. A Sinovac tem compromisso com vários países, além do Butantan, e a apresentação desses dados pode servir para apresentação do registro em outros países”, afirmou. Apesar do hiato, os representantes do governo paulista afirmaram que o cronograma para início da vacinação em 25 de janeiro está mantido.
A Anvisa exige que as vacinas que pleiteiam autorização emergencial atinjam ao menos 50% de eficácia, o mesmo nível defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O governo paulista afirmou que os testes da fase 3, a última antes de submeter a liberação, alcançaram o nível exigido. “Nós atingimos o limiar da eficácia que permite o processo de solicitação do uso emergencial, seja aqui no Brasil, seja na China. Temos um contrato com a Sinovac que especifica que anúncios desse tipo precisam ser feitos em conjunto”, afirmou Covas. Os testes clínicos foram realizados em 13 centros de pesquisa no país, totalizando 13 mil voluntários e 20 mil aplicações. Além do Brasil, testes foram realizados na Indonésia e na Turquia. “Os dados corroboram o que já sabíamos, que essa é a vacina mais segura de todas que estão em testes nesse momento. Tem um excelente perfil de segurança, com manifestações adversas leves e em uma frequência muito baixa, sendo que a reação mais presente foi dor no local da injeção”, afirmou Covas. Segundo o governo de São Paulo, 300 mil pessoas na China já foram imunizadas pela CoronaVac.
Fonte: Jovem Pan