Nesta quinta-feira, 3, o Ministério do Interior da França anunciou uma série de medidas sem precedentes para combater o que está sendo chamado de “extremismo religioso”. Pelo menos 76 mesquitas do país serão investigadas por suspeitas de “separatismo” e poderão ser fechadas caso as acusações se confirmem. Além disso, 66 imigrantes sem documentos suspeitos de “radicalismo” já foram deportados da França. As declarações foram feitas pelo ministro Gerald Darmanin durante uma entrevista à rádio RTL, que ele compartilhou em sua página oficial no Twitter. Desde o início do governo de Emmanuel Macron em 2017, 43 templos islâmicos já foram fechados no país, postura que alguns críticos consideram ser anti-muçulmana.
76 mosquées sont aujourd’hui soupçonnées de séparatisme.
Dans les prochains jours, des contrôles vont être menés sur ces lieux de culte.
Si jamais ces doutes sont confirmés, je demanderai leur fermeture. pic.twitter.com/Mq8DGnB2Pr— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) December 3, 2020
A França, que é casa da maior população muçulmana da Europa, foi alvo de uma série de atentados terroristas nos últimos meses. Uma das primeiras ocorrências foi um ataque com facas próximo ao jornal Charlie Hebdo em setembro. No mês seguinte, houve a decapitação do professor Samuel Paty, que teria mostrado charges do profeta Maomé em sala de aula. A partir de então, o presidente Emmanuel Macron começou a responder aos atos com expulsões do país e o fechamento temporário de uma mesquita. A postura causou revolta em diversos países árabes, onde foram feitas manifestações contra o chefe de governo francês, e também na Turquia, onde o presidente Recep Tayyip Erdogan incentivou um boicote aos produtos importados da França.
Fonte: Jovem Pan