Israel terá 4ª eleição legislativa em menos de dois anos

Pesquisas de opinião indicam que, se as eleições fossem realizadas hoje, Netanyahu enfrentaria dificuldades para se manter no poder

Após não conseguir chegar a um acordo para a aprovação do orçamento, o parlamento de Israel foi dissolvido automaticamente na madrugada desta quarta-feira, no horário local, noite de terça no Brasil. Com a decisão, o país terá que organizar novas eleições legislativas, a quarta em menos de dois anos. A perspectiva de uma nova disputa acontece em plena crise de saúde e no momento em que o país acaba de iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segue no cargo de forma interina até o novo pleito, marcado para o dia 23 de março de 2021. Segundo a agência de notícias Associated Press, as pesquisas de opinião mais recentes indicam que, se as eleições fossem realizadas hoje, Netanyahu enfrentaria dificuldades para se manter no poder. O premiê é acusado de corrupção, fraude e quebra de confiança em uma série de escândalos em que ele teria oferecido favores a figuras poderosas da mídia em troca de cobertura jornalística positiva.

Em maio deste ano, Netanyahu e o principal rival, Benny Gantz, formaram um governo de coalizão para enfrentar juntos a crise do Coronavírus, mas a relação entre os dois lados ficou marcada por desconfiança e disputas internas. O acordo entre os dois partidos incluía um rodízio no posto de primeiro-ministro e estipulava que o governo adotaria um único orçamento para 2020 e 2021. A sigla de Netanyahu, no entanto, propôs a votação de dois orçamentos diferentes, o que foi recusado pelo partido centrista de Gantz e gerou ainda mais tensões. De acordo com analistas ouvidos pela agência de notícias France Presse, a crise do orçamento foi a maneira que Netanyahu encontrou para provocar novas eleições e evitar ceder o poder a Gantz em novembro do ano que vem.


Fonte: Jovem Pan

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