Justiça do Rio determina afastamento de Crivella da Prefeitura

Prefeito foi preso na manhã desta terça-feira, em sua casa, na Barra da Tijuca

A Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) de todas as suas funções públicas. Crivella foi preso na manhã desta terça-feira, 22, e é apontado pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita como o chefe da organização criminosa responsável por desvio de recursos da Prefeitura da capital fluminense. “[…] mesmo no cárcere, poderá o Sr. Prefeito continuar despachando e liberando os últimos pagamentos ilícitos aos seus comparsas, terminando, por assim dizer, de limpar os cofres públicos. Observe-se que todos os crimes a ele imputados na presente ação penal foram cometidos no exercício do cargo para o qual foi democraticamente eleito, no mais absoluto desvio de finalidade”, escreveu a magistrada no despacho. O presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (DEM) irá assumir o comando do Rio de Janeiro pelos próximos nove dias, até a posse do prefeito eleito Eduardo Paes (DEM) em 1º de janeiro. O vice de Crivella, Fernando Mac Dowell (PL), morreu em maio de 2018 devido complicações após sofrer um infarto.

A ação, desencadeada pela da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), também prendeu o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes, alvo da operação, não foi localizado em casa.  O atual prefeito do Rio de Janeiro foi preso na sua residência, na Barra da Tijuca. Segundo fonte da Jovem Pan, o mandatário afirmou que quer justiça e que sua prisão é uma grande injustiça, Crivella declarou também que, ao longo de seu mandato, foi o governante que mais combateu desvios e irregularidades na esfera municipal. A ação conjunta é um desdobramento Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na prefeitura da capital fluminense. Na época, agentes da Polícia e do Ministério Público estiveram na casa de Crivella cumprindo mandados de busca e apreensão. Segundo investigações, que tiveram como origem a delação do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela Lava Jato na operação Câmbio, Desligo, havia um esquema de propina na esfera municipal, o que originou a expressão “QG da propina”. A suspeita é que contratos fechados com  Prefeitura do Rio de Janeiro com prestadores de serviço continham uma espécie de “pedágio”, taxa de propina revertida para a esfera municipal e utilizada para bancar financiamento de campanha e pessoas físicas. Segundo a investigação, o núcleo do esquema seria a Riotur, empresa de turismo do Rio de Janeiro.

. Além do endereço da Barra da Tijuca, as diligências também foram realizadas em outros locais incluindo a chamada Pequena Gávea, residência oficial do prefeito, no Alto da Boa Vista, o Palácio da Cidade, em Botafogo, a Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, além do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), no bairro da Cidade Nova. Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou a operação conjunta com a Polícia Civil para “cumprir mandados de prisão contra integrantes de um esquema ilegal que atuava na Prefeitura do Rio”. No entanto, de acordo com o órgão, “em razão do sigilo decretado pela Justiça”, outras informações não serão fornecidas. Procurada pela reportagem, a defesa de Crivella ainda não se pronunciou.


Fonte: Jovem Pan

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