O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, na manhã desta segunda-feira, 18, em coletiva de imprensa, que será “inevitável” uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Maia também criticou a gestão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à frente da pasta. “Não tem planejamento no governo federal. O presidente [Jair Bolsonaro] coloca dessa forma. Ele coloca a narrativa de que o Supremo tirou o poder do governo federal. Não foi nada disso. O Supremo deixou claro que a coordenação do SUS é do governo federal. Eu sei de uma indústria farmacêutica que mandou e-mail por várias semanas para vender vacina e o e-mail não foi respondido. Não se acreditava na importância da vacina. O que me estranha é que quando o ministro Pazuello foi escolhido, acho que ele é bom militar, o motivo que o levou ao ministério era ser bom de logística, mas ele se provou um fracasso até o momento. Se fosse bom de logística, teria organizado e planejado, acompanhando os indicadores de crescimento do problema em Manaus e em outras regiões, de forma a não faltar insumos para o trabalho dos profissionais de saúde”, disse o presidente da Câmara.
Maia também afirmou que a eventual CPI “vai chegar aos responsáveis” pela crise sanitária no país. “É inevitável que a gente tenha, pelo menos, uma CPI da Câmara ou do Congresso a partir de um momento mais na frente. E essa investigação vai chegar aos responsáveis pelo não atendimento de um e-mail da indústria farmacêutica querendo vender vacinas para o Brasil, a falta de organização, a falta de logística e da entrega de equipamentos e insumos para estados e municípios. A gestão da saúde nos parece uma gestão que, para o que veio, não parece que tenha atingido os objetivos que levaram à sua escolha”, disse. Questionado sobre a possibilidade de pautar um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, em razão da gestão da pandemia, Maia afirmou que a prioridade do Parlamento deve ser atuar para mitigar a crise sanitária no estado do Amazonas e elaborar um cronograma de vacinação.
Fonte: Jovem Pan