As medidas para aumentar a segurança da urna eletrônica anunciadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não devem diminuir pressões de setores pelo voto impresso auditável. O plenário da Câmara dos Deputados barrou a PEC na semana passada e uma nova matéria só poderá ser discutida pela Casa na próxima legislatura. Já o TSE determinou à área técnica do órgão ampliar medidas em favor da segurança dos equipamentos. A partir de 1º de outubro, os partidos terão acesso aos códigos-fonte dos programas que são inseridos nas urnas. As legendas terão um ano para avaliar os softwares usados nos aparelhos. Antes, o período era de seis meses. O cientista politico Rubens Figueiredo avalia que aumentar a confiabilidade das urnas reforça a democracia.
“Essa desconfiança é ruim, é péssima. Por isso essa medida do TSE de aumentar a transparência através da convocação de entidades da sociedade civil, universidades, Forças Armadas e Polícia Federal é excepcional. Isso é capaz de aumentar ainda mais a confiabilidade nas urnas eletrônicas e fazer com que o brasileiro acredite cada vez mais na democracia.” Apesar das medidas do TSE citadas por Rubens Figueiredo, parlamentares favoráveis ao voto impresso vão continuar pressionando. Para o deputado Filipe Barros, que relatou a PEC na Câmara, as ações são resultado da pressão popular. “São medidas que não resolvem o problema, mas fico feliz que reconhecem em primeiro lugar que o povo quer um sistema mais transparente. E reconhecem também a vitória dessa discussão tanto no parlamento quanto nas ruas.” Parlamentares governistas agora pressionam o Senado a desenterrar uma PEC que tramita na Casa e prevê, entre outras medidas, a impressão do voto dado em urna eletrônica. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, é contra e destaca que a decisão da Câmara tem que ser respeitada.
*Com informações do repórter Fernando Martins
Fonte: Jovem Pan