Ministério da Saúde discute vacinação de adolescentes contra a Covid-19 nesta sexta

Assim como Betim, em Cacoal, município de 90 mil habitantes em Rondônia, a prefeitura começou nesta semana a vacinação de adolescentes com comorbidades

A Prefeitura de Betim vai recorrer da decisão da Justiça de Minas Gerais que suspendeu a vacinação de adolescentes de 12 a 14 anos contra a Covid-19 na cidade. No despacho, o juiz Taunier Lima argumentou que a imunização desse grupo não pode prosseguir “até a comprovação documental de que todos os grupos prioritários do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 e todos os maiores de 18 anos foram vacinados”.  Atualmente, a cidade está imunizando quem tem mais de 59 anos, pessoas com deficiência permanente e aqueles entre 40 e 49 anos com comorbidades. A multa em caso de descumprimento é de R$ 500 por dose aplicada. O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, diz que vacinação dos adolescentes vai possibilitar a retomada das aulas presenciais. “Oitavo e nono ano são fundamentais. Alunos que estavam no sétimo ano não vão ter nem o oitavo, porque no ano passado não teve [aula presencial], nem o nono, porque não teve esse ano. Vai para o ensino médio apenas com o ensino até o sétimo ano. Isso é um estrago para ele, que vai carregar a vida toda”, disse.

A situação em Betim não é isolada. Em Cacoal, município de 90 mil habitantes em Rondônia, a prefeitura começou nesta semana a vacinação de adolescentes com comorbidades com o imunizante da Pfizer. O médico infectologista Renato Kfouri discorda da prática e afirma que não faz sentido vacinar os jovens antes dos adultos. “Adolescentes transmitem pouco, raramente são hospitalizados. A mortalidade nesse grupo é extremamente baixa, respondendo por menos de 0,1% do total de mortes do Brasil por Covid-19. Então inverter as prioridades vacinando adolescentes antes de vacinar grupos mais prioritários é um grande equívoco”, pontua. Embora os gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) tenham “autonomia para seguir com a própria estratégia de vacinação”, a orientação é que Estados e municípios terminem de vacinar todos os grupos prioritários definidos pelo Plano Nacional de Imunização. Até o momento, apenas a vacina da Pfizer tem aprovação da Anvisa para ser aplicada em adolescentes a partir de 12 anos. Segundo o Ministério da Saúde, o tema vai ser discutido na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis nesta sexta-feira, 18.


Fonte: Jovem Pan

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