Na véspera do Dia da Consciência Negra, USP dá título de doutor honoris causa a Luiz Gama

Homenagem foi concedida pela USP nesta sexta-feira

A Universidade de São Paulo (USP) outorgou nesta sexta-feira, 19, véspera do Dia da Consciência Negra, o título de doutor honoris causa a Luíz Gonzaga Pinto da Gama. A honraria foi aprovada em votação unânime no mês de junho deste ano por iniciativa da Escola de Comunicações e Artes da universidade. Um dos maiores intelectuais negros do século XIX, Gama viveu de 1830 a 1882. Filho de mãe livre, Gama foi escravizado após ser vendido pelo pai e só ganhou a liberdade após aprender a ler e comprovar que nasceu de um ventre livre. Ele se tornou abolicionista, poeta, jornalista e advogado, assistindo a aulas como ouvinte da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Luiz Gama ficou conhecido por libertar centenas de escravos. A saudação ao homenageado foi feita pelo reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, que definiu Gama como um homem além do seu tempo e um dos maiores brasileiros da sua época.

“Talvez uma das formas mais justas de elevar a sua memória seria não permitir jamais que essa política importante deixasse de existir e que ela também deixasse de cumprir os seus fundamentos de criar as condições para que todos, de uma forma igualitária, possam na sua potência e na sua plenitude buscar o caminho de liberdade e de realização pessoal, profissional e espiritual que o conhecimento que libertou Luiz Gama também precisa ser disponibilizado para esses meninos das cotas da USP e das universidades federais, do Prouni e da escola pública”, disse. O título de doutor honoris causa é concedido a personalidades nacionais ou estrangeiras que tenham contribuído de forma relevante à humanidade, ao país, ou prestado relevantes serviços à universidade. Além de Luiz Gama, já foram agraciados com o título o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e o antropólogo Claude Lévi Strauss. É a primeira vez que a universidae dá o título a um brasileiro negro.

*Com informações do repórter Fernando Martins


Fonte: Jovem Pan

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