‘Não vou aceitar que me coloquem como pior por causa da minha orientação sexual’, diz Eduardo Leite

O governador do Rio Grande do Sul disputa as prévias do PSDB ao lado de João Doria pela candidatura à presidência, em 2022

Nesta quinta-feira, 12, o programa Morning Show recebeu o governador Eduardo Leite (PSDB-RS). Em entrevista, ele falou da repercussão a respeito da sua sexualidade e de políticas de inclusão e diversidade. “Já fui prefeito, sou vereador, nunca criei um personagem. Nunca tentei convencer as pessoas de que não era gay. Sou gay, isso diz respeito sobre a minha vida. Daqui para a frente, vamos discutir os problemas do Brasil, e não as questões pessoais. (…) Não é só a pauta LGBTQIA+, é também a pauta da igualdade. Igualdade entre gêneros, homens e mulheres. Ter mais políticas públicas voltadas para que a mulher tenha sua posição de emprego com salários equivalentes. Na igualdade racial, reconhecer que há uma população que precisa ser inserida. É importante essa diversidade em universidades e cargos públicos. A iniciativa privada reconhece isso, se você tem um grupo de homens brancos de meia idade pensando sobre um assunto, eles vão ter uma visão limitada sobre o tema. A diversidade é uma força do Brasil. Sempre enfrentei o preconceito da juventude. Fui mostrando minha capacidade. Não me acho melhor por ser gay e também não vou aceitar que me coloquem como pior por causa da minha orientação sexual.”

O governador, que recebeu críticas nas redes sociais por ter votado em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, esclareceu seus motivos e disse que em momento algum se filiou à figura do atual presidente. “Em 2018, o meu candidato era Geraldo Alckmin. Fiz campanha para ele, mas o cenário político fez com que a população não quisesse ouvir um político tradicional. Um político conhecido como Geraldo teve dificuldade para se apresentar à população. Todo o ambiente lavajatista no Brasil fez com que talvez a população quisesse chutar o pau da barraca sem se dar conta que a barraca cai na cabeça de todo mundo. Levou ao segundo turno duas opções, uma do PT, que tinha sido alvo de escândalos de corrupção e um programa econômico que tinha levado uma recessão profunda, com 14 milhões de desempregados enquanto o mundo estava crescendo. Do outro lado, Jair Bolsonaro, com falhas lamentáveis que não respeitavam a convivência pacífica entre as pessoas. Triste segundo turno aquele que a gente teve em 2018. O PT não poderia voltar ao poder naquelas condições. Não apoiei Bolsonaro, porque apoiar é defender e pedir votos, eu não fiz isso. Não fiz campanha casada, não misturei meu sobrenome ao de Bolsonaro, não defendi voto em Bolsonaro. Eu não sabia que viria um cenário em que a falta de sensibilidade do presidente fosse tão danosa. Mesmo naquele cenário do segundo turno, Bolsonaro não pode continuar no poder.”


Fonte: Jovem Pan

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