Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, na China, começam nesta quarta-feira, 2, com as disputas do curling e esqui estilo livre, mas a cerimônia de abertura é só na sexta-feira, dia 4, às 9h (horário de Brasília). A Olimpíada volta à capital chinesa depois de 14 anos. Sede dos Jogos de Verão em 2008, Pequim entra para a história como a primeira cidade a receber o evento nas duas estações. Com uma infraestrutura que chamou a atenção, a megalópole reaproveitará oito instalações da edição passada. Para os Jogos deste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) fez mudanças no programa olímpico, com a expansão para 15 esportes e inclusão de novas modalidades (femininas e mistas). Por causa do fuso horário, as competições serão durante a madrugada e começo da manhã no Brasil. Somente o canal SporTV tem os direitos de transmissão para o país. Assim como foi em Tóquio, no ano passado, as provas não terão a presença do público, já que os casos de Covid-19 aumentaram drasticamente na cidade nas últimas semanas. Contaminações também foram detectadas entre atletas e trabalhadores da Vila Olímpica.
Envolto em polêmicas a respeito de direitos humanos e retaliada com boicotes diplomáticos, Pequim 2022 tem seus problemas “extracampo”. Mas, quando o assunto são os atletas, a edição olímpica deverá deixar um legado para a eternidade. Entre os nomes que podem brilhar na neve estão o do japonês Hanyu Yuzuru (patinação artística) e o da norte-americana Mikaela Shiffrin (esqui). Ambos buscam a terceira medalha de ouro consecutiva, feito alcançado pela última vez em 1928. A jovem esquiadora chinesa Ailing Gu, de 18 anos, é a maior aposta para o ouro no halfpipe feminino. A tcheca Ester Ledecká se tornou a primeira mulher a levar dois ouros em equipamentos diferentes (esqui e snowboard), em PeyongChang 2018, e tem tudo para manter o nível alto em Pequim. Por último, a lenda do snowboard masculino Shaun White, dos Estados Unidos, disputará a quinta Olimpíada em busca quarto ouro no halfpipe.
Como chega o Brasil para as Olimpíadas de Inverno?
Mesmo sem neve (com exceção de casos esporádicos no Sul do país), o Brasil tem uma delegação em Pequim. Essa será a nona participação brasileira em Jogos Olímpicos de Inverno (a primeira foi em 1992, em Abertville). Ao todo serão dez representantes nas modalidades de esqui alpino, esqui croos-country, esqui estilo livre, bobsled e skeleton. É a primeira vez que o país estará na disputa do skeleton, com Nicole Silveira. De toda a delegação, apenas Sabrina Cass (esqui estilo livre) não é brasileira nata. Natural dos Estados Unidos, a jovem de 19 anos decidiu defender o país da mãe. O Brasil tentará encerrar na capital chinesa o jejum de nunca ter conquistado uma medalha. Seu melhor desempenho foi o 9º lugar de Isabel Clark no snowboard, em Turim 2006.
Lenda do Brasil em esportes de inverno, Jaqueline Mourão vai para a sua oitava edição de Olimpíadas, se tornando a brasileira com mais passagens pelos Jogos, superando Formiga (futebol feminino), que esteve em sete. Jaque participou das edições de verão de Atenas 2004, Pequim 2008 e Tóquio 2020, e das edições de inverno de Vancouver 2010, Sochi 2014 e PyeongChang 2018. Só se aproxima dela o membro da equipe de bobsled Edson Bindilatti. O baiano esteve ao lado da amiga em cinco edições das Olimpíadas. É também um dos únicos a disputar tanto a Olimpíada de Verão como a de Inverno. Após Pequim 2022, ele irá se aposentar. Não à toa, os dois serão os porta-bandeiras no Brasil na cerimônia de abertura.