O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio afirmou que constatou o “constrangimento no olhar” dos agentes da Polícia Federal (PF) que cumpriram mandado de busca e apreensão e prisão domiciliar contra ele na manhã desta terça-feira, 17. Eustáquio, que está utilizando tornozeleira eletrônica, é investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes. “É quarta busca e apreensão que sofro. Esta foi a única em que não houve arbitrariedade ou hostilidade. Não me trataram a pão de ló, mas não me hostilizaram. Os agentes foram muito respeitosos, achei isso muito bacana. Vasculharam toda a minha casa, levaram meu computador, mas percebi o constrangimento no olhar dos policias, percebi que eles sabiam que estavam fazendo algo incorreto”, disse em entrevista por telefone à Jovem Pan. Segundo Eustáquio, durante o cumprimento do mandado, um dos três agentes se dirigiu a ele e disse: “Me perdoe, seu Oswaldo”. “Um dos policiais ficou com o olho lacrimejando, uma lágrima escorreu, quando ele viu o cachorrinho aleijado que cuidamos aqui em casa”, acrescentou.
Ao determinar a soltura de Eustáquio em julho deste ano, o ministro Alexandre de Moraes impôs uma série de restrições ao blogueiro, entre elas a proibição de que saísse de Brasília sem autorização prévia e a utilização de redes sociais. “De fato, descumpri uma ordem judicial. E não foi só essa, admito. Eu viajei não só para São Paulo, mas para o Sul do país, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, para investigar detalhes da trama de um golpe montado para enfraquecer e derrubar o presidente da República. O meu advogado formalizou um pedido para que eu pudesse deixar Brasília, mas fui mesmo assim. Quando fui avisado que o pedido havia sido indeferido, imediatamente voltei. Descumpri a decisão judicial porque meu sangue de jornalista falou mais alto”, diz. Oswaldo Eustáquio esteve em São Paulo para fazer uma suposta matéria contra o que chama de “laranjal do Boulos” – na semana passada, ele publicou um vídeo no qual afirmava que o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo utilizou empresas fantasmas durante a eleição. O canal foi retirado do ar por determinação da Justiça.
Fonte: Jovem Pan