Policiais militares teriam invadido um clube com piscina no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, após a operação que deixou 8 mortos na madrugada de domingo, 21, segundo a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ. A entidade foi até o local nesta tarde com a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão de Enfrentamento à Miséria da Alerj, a Federação de Favelas do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública do Estado. O advogado Rodrigo Mondego, membro da OAB-RJ, afirmou em vídeo que os agentes de segurança teriam depredado o local e consumido bebidas e comidas. Também foram encontradas pichações com referências à milícia e a uma facção criminosa. A Jovem Pan procurou a Polícia Militar para comentar o assunto e aguarda retorno. Segundo Mondego, foram encontrados nove corpos na região, um no domingo e outros oito nesta segunda, em uma área de mangue. “Há informações que existem outros corpos na região, mas os bombeiros não foram ao local”, disse. “A gente vai apurar e cobrar da Polícia Civil e do Ministério Público que seja apurada tanto a morte dessas nove pessoas quanto a do sargento Leandro, que foi vitimado no dia de sábado em uma operação que aconteceu na região”, completou.
O sargento ao qual ele se refere é Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, que foi morto no sábado, 20, durante um patrulhamento na área. Os policiais do Batalhão de Operações Especiais da polícia (Bope) teriam instalado outra operação na região no domingo, 21, após uma denúncia informar que um dos responsáveis pela morte do sargento Silva estava ferido. Após essa ação, pelo menos oito corpos foram encontrados na área de um manguezal no Salgueiro. A Polícia Civil informou que seis já foram identificados e que um deles não tinha antecedentes criminais. A Federação das Associações das Favelas do Rio de Janeiro, no entanto, afirma que 14 pessoas foram assassinadas, três delas do sexo feminino. Pelas redes sociais, a Polícia Militar do RJ classificou o Complexo do Salgueiro como “reduto de uma das principais facções criminosas do Rio, abrigando um bando que realiza roubos de cargas e veículos em série, além de comercializar entorpecentes e tentar impor um domínio territorial sobre os moradores locais”. Em nota, a corporação informou que instaurou inquérito para apurar todas as circunstâncias da ação e que “colabora inteiramente com as investigações”.
Fonte: Jovem Pan