Praça Roosevelt vira palco de aglomerações nos finais de semana: ‘Roleta-russa do vírus’

Moradores reclamam das aglomerações semanais na Praça Roosevelt; nas redes sociais, internautas relatam com perplexidade a situação

Mesmo com constantes recomendações das autoridades municipais, estaduais e de saúde, a cidade de São Paulo continua registrando focos de aglomerações em meio à pandemia de Covid-19. Um dos locais mais utilizados para esses encontros proibidos, especialmente pelos jovens, é a Praça Franklin Roosevelt, localizada no bairro da República, na região central da capital paulista. Apesar das reclamações dos moradores e das denúncias às forças de segurança, feitas ininterruptamente há um ano, o local continua sendo um lugar onde as pessoas se aglomeram. Vendo a cena, até “parece que a pandemia sequer existe”, explica Marta Porta, moradora da região e presidente da Associação dos Moradores do Bairro da Consolação (Amacon). Ela explica que o local é tradicionalmente muito frequentado, mas a situação saiu do controle nos últimos meses. “Quando começou a pandemia, entre março e abril do ano passado, detectamos uma diminuição de pessoas. Mas em maio, quando coincidiu com o fechamento de parques e espaços públicos, todo mundo decidiu que na Praça Roosevelt ninguém pega Covid-19. Me indigna ver pessoas de mais de 30 anos sem máscara, aglomeradas, passando garrafas de boca em boca”, disse à Jovem Pan. Os encontros, que estão proibidos durante a crise sanitária, acontecem semanalmente às sextas, sábados e domingos. Segundo Marta Porta, a aglomeração começa por volta das 17h30 e se estende por toda a noite, chegando a durar até a madrugada.

Além de ser um possível foco para transmissão do coronavírus, as aglomerações também dificultam o trânsito na região e geram até mesmo bate boca entre os jovens, os moradores e os agentes de segurança. “Eles começam a ficar violentos, jogam coisas contra a Polícia Militar, ameaçam. Eles bebem, têm uma quantidade grande de drogas à noite, você consegue ver claramente os caras fumando maconha, passando os pinos de crack. Teve morador que falou: ‘Gente, por favor, além de tudo tão vocês vão levar Covid-19 para suas casas’. Eles riam na cara dos moradores. Eles debocham mesmo, é triste. Você pode ser ignorante, mas zoar de uma situação, rir de uma situação tão grave?”, relata. Indignada com a situação, ela afirma que denuncia a aglomeração de pessoas semanalmente às autoridades competentes, mas sem sucesso. “Nunca tivemos pessoas da prefeitura fazendo campanha para falar sobre o uso de máscara. Quando tínhamos, eram guardas civis, mas depois de setembro, sumiram. Por que não vem um fiscal da Vigilância Sanitária para multar as pessoas sem máscara? Se existe o decreto que pode ser multado em R$ 500, por que não eles não vêm?”


Fonte: Jovem Pan

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