De olho na eleição da Câmara dos Deputados, líderes de seis partidos anunciaram, nesta quarta-feira, 9, a formação de um novo bloco na Casa a partir de 2021. O grupo, composto por DEM, MDB, PSDB, PSL, Cidadania e PV, reúne 147 deputados, e faz parte da estratégia de articulação dos aliados do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para eleger o seu sucessor. Os parlamentares esperam anunciar o nome escolhido até o final desta semana. Dentre os nomes cotados, estão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Luciano Bivar (PSL-PE), Elmar Nascimento (DEM-BA) e Baleia Rossi (MDB-SP). Destes, o deputado do DEM é o que mais agrada uma ala do Congresso, segundo relatos feitos à Jovem Pan. Na avaliação de um líder partidário cujo partido ainda não oficializou seu posicionamento, Nascimento é “homem de palavra e independente”. “O presidente da Câmara não pode ser alguém que toma cerveja com o presidente da República”, diz, em uma crítica indireta a Arthur Lira (PP-AL), que lançou sua candidatura e conta com o apoio do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 10, Rodrigo Maia afirmou que o nome escolhido por seu grupo não será necessariamente alguém de sua “preferência pessoal”, mas um nome que consiga manter “um bloco de pé”. “Se fosse minha preferência pessoal, eu lançava meu filho. Não é minha preferência pessoal. É preferência por quem mantém um bloco de pé. Se eu tivesse que escolher de dentro daquilo que me interessa mais, do meu futuro, era escolher alguém do DEM. O Elmar está dentro das opções, mas não significa que será ele. Ele é uma das três, quatro opções que existem”, disse aos jornalistas. Questionado sobre o perfil que seu candidato deve ter, Maia afirmou que esta decisão caberá ao plenário da Câmara dos Deputados, mas destacou a importância de ser um nome “que tenha mais conforto para dialogar, menos truculento, ouvir mais do que falar”. Para o líder partidário ouvido pela Jovem Pan, Elmar Nascimento reúne todos estes predicados. “Elmar já foi líder, é deputado de palavra, daqueles que cumpre o que promete. É importante seguir essa linha para presidir a Câmara. Tem boa interlocução com a esquerda, é independente”, diz. “Arthur Lira também é cumpridor de acordos, nunca deixou de honrar um compromisso sequer comigo, mas o presidente da Câmara não pode ser alguém que toma cerveja com o presidente da República. Como diz Rodrigo Maia, o Parlamento precisa ser livre”, pondera. Lira lançou sua candidatura nesta quarta-feira, 9. Ele conta com o apoio do Palácio do Planalto e de oito partidos (PL, PP, PSD, Solidariedade, Avante, PROS, Patriota e PSC) que, juntos, somam 160 parlamentares.
Fonte: Jovem Pan