O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, nesta segunda-feira, 14, que foi avisado de que a Rússia atacará o país na quarta-feira, dia 16. Em um pronunciamento oficial, divulgado em seu perfil oficial no Facebook, o chefe de Estado pediu união à população ucraniana, mas ressaltou que seu governo busca uma solução diplomática para o conflito. “Nos disseram que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Vamos fazer dele um dia de união. O decreto já foi assinado. Neste dia, vamos hastear bandeiras nacionais, colocar fitas azuis e amarelas e mostrar ao mundo a nossa unidade”, afirmou o mandatário. O possível ataque aconteceria no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração de Zelensky foi feita horas depois de o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmar que uma saída diplomática ainda é possível. Lavrov ponderou que “há uma possibilidade” de “resolver os problemas”, acrescentando que o caminho do diálogo “não se esgotou, mas também não pode durar indefinidamente”. Ainda segundo o chanceler, a Rússia está “ouvir contrapropostas sérias”. Mais cedo, também nesta segunda, o presidente Volodymyr Zelensky deu uma declaração dúbia, na qual sinalizou que a Ucrânia poderia desistir de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma das principais reivindicações do Kremlin, mas ao mesmo tempo reforçou que “não há nenhum sinal nosso de que a adesão à Otan não seja nosso objetivo”.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que é “absolutamente possível” que Putin aja “com pouco ou nenhum aviso” em relação ao possível ataque à Ucrânia. “Ele [Putin] está fazendo todas as escolhas que você esperaria que ele fizesse para estar pronto para opção de ataque militar”, resumiu. Apesar disso, Kirby afirma que o governo americano ainda acredita “que é possível e preferível um caminho diplomático”. Questionado sobre a publicação de Zelensky sobre o possível ataque na quarta-feira, 16, o porta-voz afirmou que o presidente ucraniano “pode postar o que quiser, quando quiser”. “Ele não precisa nos consultar. Ele é o líder de um Estado soberano”, finalizou. Ele se recusou, no entanto, a precisar uma data para o início do eventual conflito. “Não vou falar sobre questões específicas da Inteligência americana. Temos dito há algum tempo que a ação militar russa pode acontecer a qualquer momento”, finalizou.