Um tribunal de Justiça da Rússia proibiu a organização de Alexei Navalny, principal político de oposição do governo Vladimir Putin, de atuar sob o argumento de ser um grupo “extremista”. Segundo o The Guardian, a decisão do tribunal na verdade liquida o movimento de oposição. O decreto também impede os aliados de Navalny de concorrerem a cargos políticos. Isso porque, no último dia 4, Putin aprovou uma lei que proíbe membros de “organizações extremistas” de concorrerem às eleições por anos. A decisão coincide com a chegada das eleições legislativas no país, que estão marcadas para 19 setembro deste ano. “Quando a corrupção é a base do poder do Estado, quem luta contra a corrupção são considerados extremistas”, escreveu a conta de Navalny no Instagram. “Todos os materiais do caso foram declarados segredo de Estado. O processo foi encerrado. E eu mesmo não só não participei, como nem fui convidado”, denunciou o opositor. “Não somos um nome, nem um pedaço de papel, nem um escritório. Somos um grupo de pessoas que unem e organizam os cidadãos da Rússia que são contra a corrupção para conseguir tribunais justos e igualdade de todos perante a lei. Somos milhões.”
O Fundo de Luta contra a Corrupção (FBK), uma das organizações de Navalny, utilizou o Twitter para prometer que seguirá lutando. “Acordamos, sorrimos com intenção destrutiva e sabendo que somos um ‘perigo para a sociedade’. Nós vamos continuar lutando contra a corrupção”, diz publicação. “Agora nós vamos entender tudo. Vamos descobrir, vamos mudar. Estamos evoluindo e vamos nos adaptar. Mas não vamos fugir de nossos objetivos e ideias. Este é o nosso país e não temos outro”, concluiu Navalny em sua postagem no Instagram. Alexei Navalny foi acusado de fraude fiscal em 2014, crime que ele nega ter cometido e afirma se tratar de uma perseguição política. Ainda assim, ele foi formalmente condenado, mas recebeu liberdade condicional. Em agosto de 2020, porém, o ativista foi envenenado por um agente químico desenvolvido na época da União Soviética e teve que fugir para Alemanha para se recuperar. Navalny acusa o governo russo de estar por trás do envenenamento, o que o presidente Vladmir Putin nega. Quando o político voltou para a Rússia em janeiro de 2021, foi preso por ter violado os termos da sua condicional e condenado a dois anos e meio de prisão.
Fonte: Jovem Pan