Projeto de lei prevê mínimo de 30% de nomes de mulheres em ruas brasileiras

Projeto de Lei foi proposto pela senadora Eliziane Gama

Um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional quer estabelecer um percentual mínimo de 30% para cada gênero na denominação de bens públicos, o que inclui ruas, praças, sedes de governo e até mesmo aeroportos. A intenção da proposta, de autoria da senadora Eliziane Gama, é trazer representatividade e estabelecer igualdade em um ambiente dominado por homens. “No Congresso Nacional nossa participação é algo em torno de apenas 15%. Em todo o Brasil, unificando o Legislativo com o Executivo, estamos na média de apenas 12%. Se você pega todos os logradouros, ruas, avenidas, espaços públicos do Brasil, você vai ver que a nossa participação é algo em torno de 10 a 15% no nome em relação às mulheres”, afirmou a parlamentar. Ela lembrou que as mulheres são maioria na população brasileira e revelou dados pouco animadores sobre mudanças nesse cenário. “O Instituto Patrícia Galvão disse que só teremos igualdade entre homens e mulheres no Brasil em 2118 se a gente não mudar a legislação brasileira, então precisamos mudar a legislação para termos isonomia entre homens e mulheres. É esse o nosso objetivo ao estabelecer o percentual de 30% para homenagem aos logradouros públicos em relação às nossas mulheres e brasileiras”, afirmou em sessão.

Segundo dados do IBGE, a cada 100 endereços públicos, 47 levam o nome de homens e apenas 11 são identificações femininas. Em Brasília, onde os endereços são identificados por números ou siglas, aparições de nomes do tipo são ainda mais raras. O maior parque ecológico urbano da América Latina fica na capital do país e se chama Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek, uma homenagem à esposa do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Antes disso, o nome era outro: Rogério Pithon Farias. A mudança veio logo após o local ganhar relevância nacional com a música Eduardo e Mônica, do grupo brasiliense Legião Urbana. Em Maceió, desde 2008 a Assembleia Legislativa tenta mudar o nome do estádio Rei Pelé para Rainha Marta, uma homenagem à atleta nascida em Alagoas e eleita seis vezes a melhor jogadora do futebol feminino do mundo. Dois projetos de lei com a proposta foram apresentados: o primeiro, há 14 anos, foi rejeitado. O mais recente é de 2020, mas até hoje não foi sancionado pelo governador. O estádio, inaugurado em 1970, teve nome escolhido pelo governador da época.

*Com informações da repórter Iasmin Costa


Fonte: Jovem Pan

Comentários