As promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile decidiram deixar a força-tarefa que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Desde 2018, elas atuavam na equipe do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que apura se houve mandantes para o crime e conduziram as investigações que resultaram na prisão do policial militar aposentado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz. A decisão foi confirmada pelo MP-RJ, que não esclareceu os motivos da saída. “O Ministério Público confirma que as promotoras de Justiça Simone Sibílio e Letícia Emile optaram voluntariamente por não mais atuar na força-tarefa que investiga o caso Marielle Franco e Anderson Gomes. A Procuradoria-Geral de Justiça do MP-RJ reconhece o empenho e a dedicação das promotoras ao longo das investigações, que não serão prejudicadas. O MP-RJ anunciará em breve os nomes dos substitutos das promotoras na força-tarefa”, diz a Promotoria em nota.
A informação, confirmada pela Jovem Pan, foi revelada pelo jornal O Globo. Segundo reportagem publicada na tarde deste sábado, 10, deve-se a divergências causadas pelo acordo de delação premiada fechado pelo MP do Rio com a viúva do ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, Júlia Lotuffo. As promotoras se sentiram alijadas na negociação com a ex-mulher do miliciano, que também está envolvido no suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na época em que ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “A gente não tem um dia de paz. Sinto muito pela saída das promotoras! Promotoras essas que eu depositava muita confiança e esperança para que elas ajudassem a resolver o caso da Mari e do Anderson! Agora eu quero saber que interferências são essas! Quem mandou matar minha irmã!??”, escreveu a irmã de Marielle, Anielle Franco. Em uma transmissão nas redes sociais, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), amigo pessoal da vereadora morta, cobrou explicações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), do MP-RJ e da Polícia Civil.
Fonte: Jovem Pan