Na penúltima semana de setembro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) se reuniu com o empresário Otávio Fakhoury, presidente do diretório estadual do PTB em São Paulo, para tratar da possível filiação do presidente Jair Bolsonaro. Encarregado de negociar com dirigentes partidários o destino do mandatário do país, que está sem legenda desde que deixou o PSL em novembro de 2019, o filho Zero Um saiu do encontro com uma sinalização positiva: a sigla presidida por Roberto Jefferson concordou em dar a Bolsonaro a prerrogativa de escolher os 27 senadores que disputarão a eleição no ano que vem. Os petebistas sabem que o chefe do Executivo federal tem sido cortejado por caciques e lideranças de outros partidos, como é o caso do Progressistas (PP), por exemplo. Mesmo assim, acenam ao bolsonarismo com a mudança estatutária e a promessa de apoio incondicional.
A ofensiva do PTB ocorre há algum tempo. Antes da prisão de Roberto Jefferson, o ex-parlamentar e a vice-presidente nacional do partido, Graciela Nienov, se reuniram com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. “Foram feitos convites várias vezes. Mas não há negociação. Negociação é um estágio posterior. No encontro em Brasília, falamos de projetos: mostramos ao presidente que nosso estatuto está alinhado a tudo o que ele representa e fizemos questão de dizer que o PTB está 100% unido em prol dele, estaríamos com ele. A vinda dele, digamos, seria um casamento perfeito”, disse Nienov à Jovem Pan. Na última quarta-feira, Graciela reuniu a cúpula da legenda para repassar aos correligionários o teor da conversa. Nesta reunião, fecharam questão sobre um documento a ser enviado por Bolsonaro, em uma sinalização de união. Nesta sexta-feira, 8, o namoro ganhou um novo capítulo: a sigla emitiu uma nota, na qual afirma que “os membros da Executiva Nacional do PTB e os Presidentes Estaduais do PTB decidiram sinalizar ao Presidente da República que o partido é a verdadeira Casa do Conservador Brasileiro, e está projetado para receber como membros os seus descendentes, em especial aqueles que retornam à antiga morada”.
Fonte: Jovem Pan