A pandemia de coronavírus não foi suficiente para impedir as pessoas de irem às ruas protestar contra o racismo e o assassinato de George Floyd
Não houve um único evento no mundo que não tenha sido direta ou indiretamente influenciado pela pandemia do novo coronavírus em 2020. No entanto, nem todos os acontecimentos do ano foram sobre ela. Em meio a um noticiário voltado para a cobertura da Covid-19, não é difícil esquecer que o presidente Donald Trump respondeu a um processo de impeachment no início do ano ou que o mundo passou dias achando que o ditador norte-coreano Kim Jong-un tinha morrido. Da polêmica eleição nos Estados Unidos à explosão do porto no Líbano, passando por uma sequência de atentados terroristas na Europa e protestos contra o racismo pelo mundo, a Jovem Pan elaborou uma retrospectiva das notícias que marcaram a política internacional nos últimos doze meses:
Janeiro
- O ano de 2020 começou com uma tensão entre o Irã e os Estados Unidos que se estenderia pelo restante dos meses e deixaria os dois países à beira de uma guerra. Logo no dia 3, o presidente Donald Trump ordenou um ataque aéreo que causou a morte de Qassem Soleimani, espécie de herói nacional que chefiava a Guarda Revolucionária Iraniana. Enquanto o governo norte-americano justificava que o assassinato teria servido para prevenir um futuro ataque ao país, o aiatolá Ali Khamenei prometia retaliação. O conflito acabou se desdobrando com os Estados Unidos impondo mais sanções ao Irã que, por sua vez, prometeu enriquecer urânio em quantidades superiores ao permitido pelo acordo nuclear.
- Enquanto isso, as altas temperaturas e os ventos fortes na Austrália levaram a uma série de incêndios que devastaram as florestas do país: estima-se que pelo menos 10,7 bilhões de hectares foram queimados, 28 pessoas morreram e meio bilhão de animais tenham sido impactados pelo fogo.
- Também foi em janeiro que o Príncipe Harry e a atriz Meghan Markle anunciaram o seu desejo de deixar a família real britânica, quase ao mesmo tempo em que o Reino Unido decidia se retirar da União Europeia com a aprovação do Brexit.
Fevereiro
- No início de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi inocentado de um processo de impeachment por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso. As ações ocorreram após um inquérito conduzido pela Câmara revelar que Trump havia solicitado ajuda da Ucrânia para interferir na futura eleição presidencial, que ele agora alega ter sido fraudada pelos democratas.
- Os conflitos na Síria também se acentuaram ao longo do mês: o país, apoiado pela Rússia, entrou em conflito com a Turquia na região de Idlib, último reduto da oposição de Bashar al-Assad.
Março
- Nos Estados Unidos, as eleições primárias definiram que Joe Biden concorreria pelo Partido Democrata, enquanto Donald Trump tentaria a reeleição pelo Partido Republicano.
- O mês foi fortemente marcado pelo início de um combate mais abrangente ao novo coronavírus: os Jogos Olímpicos que aconteceriam em Tóquio foram adiados para 2021, o Papa Francisco rezou sozinho em uma Praça de São Pedro completamente vazia pela primeira vez na história.
Abril
- O preço do barril de petróleo chegou aos valores mais baixos já vistos até então em meio a desacordos entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Arábia Saudita e a Rússia, além da queda da demanda por combustíveis devido à pandemia do novo coronavírus. O petróleo dos Estados Unidos, especificamente, alcançou valores negativos no mercado futuro pela primeira vez.
- A crise de Covid-19 também levou a Rainha Elizabeth II a fazer o seu quinto pronunciamento em escala nacional: o discurso tinha como objetivo tranquilizar a população.
- A Páscoa, logo em seguida, marcou o primeiro feriado internacional do ano em que não pôde ser celebrado como de costume por causa das medidas de distanciamento social.
- Em meio a esse cenário, os Estados Unidos começavam a trocar farpas com a China e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que Donald Trump julgava serem responsáveis pela pandemia.
- Durante o mês, um aparente “sumiço” do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, chamou atenção do mundo. O fato dele ter ficado vários dias sem aparecer em público levantou rumores de que ele teria morrido ou estaria gravemente doente. No dia 30, contudo, a mídia do país divulgou imagens do líder inaugurando uma fábrica da capital Pyogyang.
Maio
- As críticas feitas pelos Estados Unidos à OMS tiveram continuidade durante o mês de maio, quando o governo norte-americano decidiu romper definitivamente com a entidade.
- O anúncio coincidiu com a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi asfixiado por um policial. O assassinato no dia 25 de maio levou a uma série de manifestações – algumas delas com cidadãos ateando fogo em objetos e em uma delegacia – do movimento #BlackLivesMatter pelos Estados Unidos e pelo mundo. O presidente Donald Trump repudiou os protestos e ameaçou intervir com poder militar “ilimitado”, o que gerou críticas.
Junho
- As manifestações contra o racismo continuaram acontecendo por todo o mundo e levantaram um debate relacionado à derrubada de estátuas que representam personagens históricos controversos, como os que tiveram relação com a escravidão. Algumas foram retiradas pelos próprios governos, enquanto outras foram alvos de vandalismo durante os protestos.
- No Himalaia, os exércitos da Índia e da China entraram em um confronto que deixou 20 indianos mortos e 43 chineses mortos ou feridos. Os soldados usaram pedras e madeiras no combate, já que desde 2005 um acordo impede a utilização de armas de fogo e explosivos na fronteira.
- No limite entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul: a ditadura norte-coreana destruiu o prédio de negociações de paz que ficava na cidade de Kaesong. Como a construção estava vazia desde janeiro por causa da pandemia, não houve vítimas, mas a ação representou um retrocesso na relação entre os países.
- Enquanto isso, o Reino Unido vivenciava dois atentados terroristas em uma mesma semana. Ambos os casos foram ataques com facas que deixaram três mortos cada: um em Reading, Inglaterra, e um em Glasgow, na Escócia.
- Já a Argentina monitorava uma primeira nuvem de gafanhotos que passava destruindo plantações.
Fonte: Jovem Pan