Rússia afirma que embargo da União Europeia ao seu petróleo afetará ‘todo o mundo’

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin; autoridades russas já pensam em alternativas, para diversificar a oferta de petróleo caso a UE aplique novas sanções

A Rússia afirmou nesta segunda-feira, 21, que um possível embargo da União Europeia (UE) ao petróleo do país afetaria “todo o mundo”. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa no mesmo dia em que os países do bloco se reúnem para examinar novas sanções contra Moscou. “Um embargo assim teria uma influência muito grave no mercado mundial de petróleo e uma influência negativa no mercado de energia da Europa. Esta é uma decisão que afetaria todo o mundo”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesnky, já havia se pronunciado sobre a reunião de ministros da Defesa e das Relações Exteriores dos países da UE, prevista para esta segunda. Ele pediu que a bloco interrompa completamente o comércio com a Rússia. Na última sexta, 18, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, publicou nas redes sociais uma mensagem sobre o seu “apoio inabalável” à Ucrânia neste momento. A UE já adotou vários pacotes de sanções desde o início da guerra, que teve início há quase um mês, apontando contra empresas, bancos, altos funcionários e oligarcas, além de proibir a exportação de produtos para a Rússia. Entretanto, as importações europeias de gás e petróleo russo não foram afetadas. Os europeus dependem em grande parte dos hidrocarbonetos da Rússia.

Ainda nesta segunda, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que o país deverá diversificar sua oferta de petróleo caso a UE aplique sanções e citou planos de, inclusive, baratear o preço da commodity para atrair compradores internacionais. “Todos os cenários são calculados para nós. Os mais difíceis que se pode imaginar. Partimos do fato de que não vamos permitir isso [um impacto econômico muito forte], vamos diversificar as ofertas. O petróleo, afinal, não é um tubo [como ocorre com o gás]. Ele pode ser enviado para outras regiões. Portanto, vamos criar esquemas e cadeias logísticas. As empresas, em princípio, estão engajadas nisso. Se o petróleo for vendido com desconto, [empresas e países] ficarão felizes em comprá-lo”, disse Novak a repórteres.


Fonte: Jovem Pan

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