O governo da Rússia informou que irá continuar a invasão à Ucrânia até alcançar seus objetivos. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Serguei Shoigu, durante uma entrevista coletiva. “As Forças Armadas russa continuarão a operação militar especial até que sejam cumpridos os objetivos fixados”, afirmou Shoigu. Dentre os objetivos citados pelo ministro, estão a “desmilitarização” e a “desnazificação” da Ucrânia, além de garantir a proteção da Rússia contra a “ameaça militar criada pelos países ocidentais”. Entretanto, apesar de garantir a continuidade da operação, Shoigu negou que as tropas estejam atacando infraestruturas e alvos civis ou residenciais e repetiu o discurso de que as forças armadas ucranianas estão utilizando civis como escudos. “Lança-foguetes múltiplos e morteiros de grande calibre estão instalados nos pátios dos imóveis próximos de escolas e jardins de infância”, afirmou o ministro. Declarações semelhantes foram feitas pelo presidente Vladimir Putin, o que aumentou o medo de uma intensificação dos ataques em áreas urbanas.
Ao mesmo tempo em que Shoigu falava sobre a continuidade da operação, as forças russas enfrentavam a resistência ucraniana em diversas frentes. A cidade de Mariupol no leste da Ucrânia, ficou sem energia elétrica após uma ofensiva russa. “Mariupol e Volnovakha são nossas. […] As duas cidade estão sob pressão do inimigo, mas estão resistindo. Em Mariupol, as linhas de energia foram cortadas e a cidade está sem eletricidade”, afirmou Pavlo Kirilenko, governador da região. Segundo ele, Volnovakha, que tem pouco mais de 20 mil habitantes, ficou “destruída” pelo conflito. O comandante das forças separatistas do território de Donestk, Eduard Basurin, afirmou que Mariupol será cercada nesta terça-feira, 1º, mas que os civis poderão deixar o local através de corredores humanitários até quarta. As duas cidades são consideradas estratégicas para os russos porque ficam entre os territórios controlados pelos rebeldes pró-Rússia e a península da Crimeia. Os russos querem tomar a cidade para unir os dois territórios.
*Com informações da AFP