O senador Angelo Coronel avalia que o retorno do ministro Marcelo Queiroga na CPI da Covid-19 no Senado Federal deve esclarecer contradições em depoimentos das últimas semanas. O parlamentar, suplente da comissão, minimiza as polêmicas em torno dos medicamentos — mas faz a ressalva em relação ao prazo para as vacinas chegarem aos brasileiros. “A questão do prazo da compra, se está comprando a vacina, já tardia. Isso aí eu acho que pode pegar nesses responsáveis. Porque aí você prevaricou, negligenciou, deixou de comprar algo para imunizar a sociedade brasileira. Mas isso aí vamos ter que ter provas mais contundentes, não só com depoimentos. Se você é de um lado, fende. Do outro, acusa. Precisamos ter provas concretas. Corremos o risco da CPI lavrar um relatório, ele ser aprovado e, com algumas provas que o Ministério Público não veja com provas contundentes para abrir um inquérito contra a pessoa indiciada, supostamente culpada pela CPI.”
Angelo Coronel reforça mudanças na conduta do relator Renan Calheiros. “O relator, que é o responsável pelo tempo que inquirição, daria a oportunidade para que o depoente fale. O que eu vejo é que tem depoente que, passando pela CPI, não tem nem oportunidade de falar porque já é interrompido com outra pergunta. A pessoa não se defende, a outra não mostra porque fez aquilo. Espero que, nos próximos dias, que haja, por parte dos senadores, na hora das perguntas, que deixem o depoente responder. Se não fica ruim. A própria opinião pública diz que não deu oportunidade da pessoa não se defender. Se tem tempo para perguntar, tem que ter tempo para ouvir. Queremos é que a verdade e, doe quem doer, quem errou que pague. Mas também não podemos induzir ninguém porque, no Brasil, pré-julgamento não vai para a frente.”
Angelo Coronel considera que a CPI serve para palco político para 2022 e analisa a vinda de governadores. “Ações da Polícia Federal, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça, evidentemente que é válido a vinda desses agentes políticos. Tanto governador quanto prefeito. O que não pode, se não tem governador ou processo correndo, é ficar trazendo só por vingança política. Se temos indícios comprovados, acho válido porque o dinheiro é federal. Caberá ao governador procurar se explicar e mostrar que é inocente ou não. Se chamar só por questões locais, eu sou contra radicalmente a essa prerrogativa da CPI.” E haverá governador na CPI na próxima semana, embora os chefes dos executivos estaduais busquem no Supremo Tribunal Federal o aval para não comparecer. Na terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fala novamente à Comissão. Quarta-Feira é a vez do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde de Saúde Elcio Franco e, na quinta-Feira, o governador do Amazonas, Wilson Lima.
Fonte: Jovem Pan